A África do Sul vai destacar uma força especial para a fronteira com Moçambique para travar o problema da imigração ilegal oriunda de Moçambique, anunciou esta segunda-feira o ministro do Interior sul-africano, Aaron Motsoaledi.
"Não é só por causa da covid-19 que as entradas ilegais estão a acontecer aqui, e talvez a situação seja muito mais grave nesta altura, mas é algo que temos vindo a observar já há algum tempo e será resolvido com o destacamento dos novos guardas de fronteira a tempo inteiro", declarou à imprensa o governante.
O ministro referiu que as travessias ilegais naquele ponto do território sul-africano "têm vindo a acontecer muito antes da covid-19, porque são pessoas que não têm os requisitos para permanecer legalmente no país".
"É um enorme problema, e uma das razões pelas quais o Governo decidiu criar uma entidade específica porque reconhecemos que temos fronteiras porosas", frisou.
Nesse sentido, o ministro do Interior sul-africano, durante uma visita àquele posto de fronteira na manhã de hoje, referiu que o novo contingente de segurança a ser destacado na fronteira com Moçambique será gerido pela recém-criada Autoridade de Gestão de Fronteiras.
A nova entidade, referiu o governante, irá gerir a imigração ilegal, estando neste momento a ser apetrechada com "os recursos humanos adequados".
"Na minha última visita, constatei, em Mbuzini, que os militares da Força Nacional de Defesa da África do Sul não tinham descanso em bloquear as pessoas que tentavam entrar ilegalmente no país, mas posso assegurar que as entradas ilegais na África do Sul não se devem totalmente à covid-19", explicou.
"Este posto de fronteira foi o primeiro que visitei quando fui nomeado ministro do Interior, em 2019, e o nosso embaixador aqui disse-me que o número de voos do Dubai aumentou exponencialmente numa semana porque pessoas oriundas do Paquistão, Índia, Bangladesh, Somália, entre outros, estariam a usar a companhia aérea Emirates para entrar em Moçambique e depois atravessar ilegalmente para a África do Sul", adiantou Aaron Motsoaledi.
O posto de fronteira de Lebombo, o segundo mais movimentado no país depois de Beitbridge, na fronteira com o Zimbabué, foi um dos 20 postos terrestres reabertos hoje pela África do Sul após um encerramento de cerca de dois meses para conter a covid-19, que já causou mais de 47 mil mortos e cerca de 1,5 milhões de infecções no país, o mais afectado pela pandemia no continente africano.
"Qualquer pessoa que queira visitar o país tem que apresentar um certificado de covid-19 negativo válido e julgo que facilitámos ao colocar aqui o teste de antigénio porque o teste PCR é muito caro. Estamos a fazê-lo nomeadamente para quem entra aqui, se não têm posses financeiras para fazer o teste de antigénio, então não haverá infelizmente outra forma de ajudar", indicou o ministro.
De acordo com uma fonte dos transitários da África Austral e Oriental, as regras de covid-19 introduzidas pelas autoridades de Saúde da África do Sul, que exige a apresentação de um teste PCR à covid-19 negativo válido até 72 horas antes da entrada no país, ou a realização de um teste de antigénio por 170 rands na fronteira, foi uma das principais razões pelos 'congestionamentos' verificados antes do encerramento, em Janeiro, da principal fronteira entre os dois países, uma vez que o teste PCR é mais caro em Maputo, cerca de 5.000 meticais ou 1.000 rands. (RM-NM)
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