Ilha de Moçambique voltou a debater coesão sócio-cultural nacional

Publicado: 03/03/2025, 14:39
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A unidade nacional e o resgate dos valores de cidadania voltaram a merecer a atenção de académicos, artistas, religiosos, jovens universitários e demais interessados no fim da tarde da última quinta-feira,  27 de Fevereiro, na cidade da Ilha de Moçambique, província de Nampula.

Em uma sala aconchegante para quarenta e cinco pessoas, curto foi o tempo reservado para as discussões, pois, no seio dos presentes vislumbrava-se a sede de contribuir com ideias com intuito último, trazer a paz usando a cultura ao país.

E foi com esta linha que o Filimone Meigos, cotado sociólogo e director do Instituto Superior das Artes e Cultura, IsArc, ressaltou a importância da valorização dos "heróis anónimos" para salvaguardar o desiderato. 

Meigos que vive da cultura, mostrou-se preocupado com a acentuada aculturação que se visualiza na sociedade sobre a aparente inércia do poder político do país, que podendo até estátuas e nomes de ruas e avenidas têm tributo ao colonizador.

"Aqui na Ilha de Moçambique, até tem estátua de Vasco da Gama, que história inspiradora o Gama trouxe ao país e os nossos filhos podem tê-lo como referência?" - retorquiu.

Já para Wilson Nicaquela, investigador cultural e director da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Lúrio, por sinal localizada na Ilha de Moçambique, observou o resgate dos valores da moçambicanidade como acto imperioso e destacou que a instituição que dirige tem-se destacado neste capítulo por agregar jovens de vários cantos do país e partilham hábitos e costumes que agregam a cidadania. 

Convidado ao painel coube ao escritor e Professor universitário Arsénio Cuco, dissertar sobre o tribalismo e regionalismo e defendido um diálogo sem tabú.

Apelou a reconciliação entre os moçambicanos e o envolvimento de todos para um Moçambique que se quer  próspero.

Os espectadores saudaram a iniciativa, e foram unânimes ao considerarem a cultura como elemento fundamental na construção da cidadania, que haja promoção de festivais periódicos de exaltação da cultura local.

A co-organização do evento, a Elarte, através da Nilza Nhamuchua, directora executiva referiu que o evento serviu de ponto de partida para discutir e quiçá repensar o Moçambique que queremos, sem menosprezar a cultura do outro. (RM)

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