O príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, aprovou o assassínio em 2018 do jornalista Jamal Khashoggi, segundo um relatório dos serviços secretos dos Estados Unidos passado à imprensa, indicou a EFE.
Os ‘Media' norte-americanos indicaram que o relatório deve ser divulgado hoje pelo governo e tem por base sobretudo informações recolhidas pela Agência Central de Informação (CIA).
"A divulgação pública (do relatório) marcará um novo capítulo nas relações dos Estados Unidos com a Arábia Saudita e uma diferença clara entre apolítica do Presidente Joe Biden e a do ex-Presidente Donald Trump", disse a emissora NBC, indicando ter tido acesso ao texto em 2018.
Na quarta-feira, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse aos jornalistas que o "relatório desclassificado" seria divulgado em breve pela directora nacional de informação, Avril Haines.
Disse também que o Presidente norte-americano devia falar em breve ao telefone com o rei Salman da Arábia Saudita, pai de Mohammed, conhecido como MBS e interlocutor privilegiado da diplomacia de Trump.
Jen Psaki confirmou a intenção de Joe Biden de "recalibrar" a relação com Riade em relação à anterior administração norte-americana, algumas vezes acusada de ter fechado os olhos à questão dos direitos humanos em relação ao seu aliado próximo.
"Isto significa que não ficará em silêncio, dirá alto e bom som quando estiver preocupado com as violações dos direitos humanos, com a falta de liberdade de imprensa e de expressão", adiantou.
A divulgação do relatório sobre Khashoggi pode ser o primeiro teste da "recalibragem", segundo a agência France-Presse.
O saudita Jamal Kashoggi, 59 anos, residente nos Estados Unidos e cronista do jornal The Washington Post, foi assassinado no consulado do seu país em Istambul (Turquia), a 2 de Outubro de 2018, por agentes sauditas.
O Senado norte-americano, que teve acesso às conclusões dos serviços de informações, considerou na altura que o príncipe herdeiro era "responsável" pelo assassínio.
Riade inicialmente negou qualquer responsabilidade, mas mais tarde disse que o jornalista foi morto acidentalmente por agentes que tentavam extraditá-lo.
A versão oficial da Arábia Saudita é que esses agentes, ligados a Mohammed bin Salman, agiram por conta própria e que o príncipe não esteve envolvido. (RM/Minuto)
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