A ex-Presidente interina da Bolívia, Jeanine Ánez, foi hoje detida, disse o ministro boliviano Eduardo Del Castillo Del Carpio, pelos alegados crimes de sedição e terrorismo.
Ánez já afirmou que, "num ato de abuso e perseguição política", o Governo do Movimento ao Socialismo (MAS) de Evo Morales "ordenou a sua prisão".
A detenção foi feita nas primeiras horas da manhã na cidade de Trinidad, no departamento amazónico de Beni, tendo a ex-governante sido transferida do Comando Departamental para o aeroporto e posteriormente para La Paz.
"Informo o povo boliviano que a senhora Jeanine Ánez já foi detida e neste momento está nas mãos da polícia", disse o ministro Del Castillo na sua conta na rede social Facebook.
O Ministério Público da Bolívia emitiu um mandado de captura na sexta-feira contra a ex-Presidente interina pelos alegados crimes de "sedição e terrorismo", relacionados com a crise de 2019, que resultou na demissão de Evo Morales da presidência.
"Denuncio perante a Bolívia e o mundo que, num ato de abuso e perseguição política, o Governo do MAS me mandou prender. Acusa-me de ter participado num golpe de Estado que nunca aconteceu. As minhas orações pela Bolívia e por todos os bolivianos", escreveu Anez na rede social Twitter.
Desde a tarde desta sexta-feira, agentes da polícia e do Ministério Público permaneceram na periferia da residência de Ánez, na cidade de Trinidad, para proceder à sua detenção, sendo que até agora o seu paradeiro era desconhecido.
Os antigos ministros interinos da Energia Álvaro Guzmán e Álvaro Coímbra foram detidos na sexta-feira em Trinidad e depois transferidos num avião da Força Aérea boliviana para o terminal internacional de El Alto.
Ambos foram levados sob forte guarda policial para as instalações do Instituto de Investigações Forenses (IDIF), no centro de La Paz, e depois numa carrinha da polícia para o Ministério Público, onde se espera que testemunhem nas próximas horas.
Os mandados de captura foram também emitidos para os ex-ministros do Governo, Arturo Murillo, da Presidência, Yerko Núnez, e da Defesa, Fernando López, bem como para vários ex-chefes militares e policiais.(RM /NMinuto)
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