Vários chefes de Estado africanos prestaram hoje homenagem à memória do ex-presidente tanzaniano John Magufuli, num funeral de Estado na capital Dodoma, cinco dias após o anúncio da sua morte.
Exposto no sábado e domingo na capital económica Dar-es-Salaam, o corpo foi saudado em Dodoma por multidões de pessoas que se alinharam pelas ruas cantando, gritando e chorando enquanto o cortejo fúnebre passava.
No Estádio Jamhuri, onde o funeral de Estado foi realizado diante de dezenas de milhares de pessoas, os paramédicos tiveram de assistir alguns espectadores que perderam a consciência.
Presidente desde 2015, John Magufuli, 61 anos, morreu oficialmente na quarta-feira de problemas cardíacos, de acordo com as autoridades tanzanianas.
Entretanto o seu principal opositor disse que o líder, que tinha constantemente minimizado o impacto do novo coronavírus e recusado tomar medidas para travar a pandemia, morreu de covid-19.
Participaram na cerimónia nove chefes de Estado africanos (incluindo do Quénia, Moçambique, África do Sul, República Democrática do Congo, Zimbabwe e Botswana) e numerosos embaixadores, dos Estados Unidos da América, Reino Unido, China, França, Alemanha, Japão entre outros.
Enquanto o corpo era colocado num caixão de vidro no centro do estádio, os discursos sucederam-se durante várias horas.
Felix Tshisekedi, presidente da RDCongo e actual presidente da União Africana (UA), elogiou "um lutador visionário, patriótico e nacionalista" e "um pan-africanista empenhado" que lutou contra a corrupção, "um cancro" no continente.
"De Magufuli aprendemos a viver sem a dependência dos outros. Olhem para as estradas, electricidade e outros projectos de infra-estruturas que ele implementou", disse o Presidente queniano, Uhuru Kenyatta.
No seu discurso, a nova Presidente, Samia Suluhu Hassan, assegurou "aqueles que têm dúvidas" sobre a sua capacidade de liderar que "o país está em boas mãos".
As políticas da antiga vice-presidente, que substituiu Magufuli até ao final do seu mandato, em 2025, tal como estipulado pela Constituição, serão escrutinadas de perto, uma vez que subsistem dúvidas sobre as verdadeiras causas da morte de Magufuli.
O corpo de Magufuli será exposto no arquipélago semiautónomo de Zanzibar, na terça-feira. O antigo presidente deverá ser enterrado na sexta-feira, na sua cidade natal de Chato, no noroeste do país. (RM /NMinuto)
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