O Governo francês desdramatizou hoje a agressão de que foi alvo na terça-feira o Presidente francês, Emmanuel Macron, durante uma visita ao sudeste de França, afirmando tratar-se de um ato "grave", mas "não representativo" do sentimento geral da população
"Não devemos obviamente banalizar" este "ato de violência" contra o chefe de Estado, "porque é grave, porque qualquer forma de violência é grave, e é também grave quando atinge um representante, um depositário da autoridade pública, seja um autarca, um deputado, um funcionário público ou o Presidente", afirmou o porta-voz do executivo, Gabriel Attal, em declarações à rádio privada Europe 1.
Na terça-feira, o líder francês foi agredido durante uma visita a Drôme, uma pequena cidade localizada na região sudeste do país.
Macron, que no mesmo dia desvalorizou a agressão e considerou que tinha sido "um ato isolado", foi esbofeteado por um homem depois de se aproximar de um grupo de populares.
Nas declarações à Europe 1, o porta-voz do Governo francês disse que a bofetada infligida a Macron foi "um ataque à sacralidade de um cargo" a que todos os franceses estão ligados.
"Como franceses, somos todos agredidos, de alguma forma humilhados", acrescentou Gabriel Attal.
O mesmo porta-voz considerou, no entanto, que este incidente foi um ato "isolado" que foi perpetrado por alguém que "não é representativo da sociedade ou da população francesa", incluindo daqueles cidadãos que podem sentir "alguma forma de raiva".
Se existem de facto "franceses preocupados, que duvidam, que estão zangados", essas pessoas, frisou o representante, "sabem como expressar isso no debate e num contexto de votação".
Nas mesmas declarações, Gabriel Attal acrescentou que Emmanuel Macron irá manter os contactos directos com a população nas futuras deslocações que realizar no país.
"Seria incompressível se os franceses fossem privados do contacto com o Presidente", disse o porta-voz, insistindo que o chefe de Estado "vai ao encontro dos franceses sem filtros" e "em 99,99% dos casos" não existe qualquer incidente.
Na terça-feira, vários vídeos que circularam nas redes sociais e imagens de alguns canais de televisão mostraram a agressão a Macron.
As imagens mostram o Presidente francês a ser aparentemente chamado pela população, a dirigir-se para cumprimentar várias pessoas, quando um dos populares o puxa para si e lhe dá uma bofetada, sem que os serviços de segurança tivessem tido tempo para intervir.
Na sequência da agressão, duas pessoas foram detidas, incluindo o agressor, um homem de 28 anos.
O agressor, identificado como Damien T., vive em Saint-Vallier (localidade da zona de Drôme) e é descrito por amigos e vizinhos como um fã de história medieval, apolítico e uma pessoa não violenta.
Segundo a agência France-Presse (AFP), Damien T. é seguidor em várias redes sociais de conteúdos conotados com a extrema-direita.
O outro detido é um amigo do agressor, identificado como Arthur C., também de 28 anos, que filmou a agressão a Macron. (RM /NMinuto)
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