O presidente russo Vladimir Putin admitiu a possibilidade de uma troca de prisioneiros entre a Rússia e os Estados Unidos, numa entrevista esta segunda-feira difundida pela cadeia norte-americana NBC a dois dias do seu encontro em Genebra com Joe Biden.
"Sim, sim, certamente", respondeu Putin ao jornalista que o questionava sobre uma possibilidade de troca os norte-americanos Paul Whelan e Trevor Reed, detidos na Rússia, e de dois russos presos no Estados Unidos.
Antigo oficial do corpo dos 'marines' (fuzileiros), Paul Whelan era agente dos serviços de segurança de um grupo norte-americano de peças para automóveis quando foi detido em Moscovo em dezembro de 2018, e de seguida condenado a 16 anos de prisão por acusações de espionagem.
Recentemente apelou a Joe Biden para organizar uma troca de prisioneiros para obter a sua libertação, ao indicar durante uma entrevista à cadeia televisiva CNN ser vítima da "diplomacia dos reféns".
Trevor Reed foi por sua vez condenado em julho de 2019 a nove anos de prisão por ter agredido dois polícias russas quando se encontrava alcoolizado.
As famílias dos dois russos detidos nos Estados Unidos, o traficante de armas Viktor Bout e um piloto russo acusado de tráfico de cocaína, Konstantin Iarochenko, também apelaram à sua libertação.
Nas suas declarações, o líder do Kremlin, que na quarta-feira se reúne em cimeira com o seu homólogo dos EUA, Putin também considerou "grotesco" considerar que Moscovo promove uma guerra informática contra os Estados Unidos.
"Fomos acusados de toda a espécie de coisas", em particular "a ingerência nas eleições" ou "os ciberataques", declarou, para sublinhar que "nem uma única vez conseguiram apresentar a menor prova".
Diversas grandes empresas, como o gigante agroalimentar JBS ou o operador do enorme oleoduto norte-americano Colonial Pipeline, foram recentemente alvo de ciberataques atribuídos a grupos de piratas informáticos a partir da Rússia, e que no segundo caso implicou o pagamento de um elevado resgate.
No início de junho, Biden tinha declarado não excluir possíveis represálias contra a Rússia após o ataque informático contra a JBS, e a Casa Branca afirmou que abordaria as inquietações norte-americanas no decurso da cimeira de 16 de junho, a primeira que reúne os dois presidentes.
Questionado sobre o caso de Alexei Navalny, o opositor russo detido e cuja situação tem motivado protestos internacionais, Putin repetiu que "não será mais maltratado que qualquer outro".
"Não temos esse género de hábito, assassinar quem quer que seja", respondeu Putin após ser questionado se ordenou a tentativa de morte de Navalny. (RM-NM)
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