O presidente da União Africana (UA), Felix Tshisekedi, defendeu, esta terça-feira no final da cimeira de Paris, que a produção de vacinas em África para os africanos é fundamental para mobilizar a população para ser vacinada.
“A primeira coisa a fazer é produzir as vacinas em África para serem distribuídas pelos africanos, e explicar às pessoas que se não formos vacinados, podemos cair numa nova variante, bem mais virulenta e que pode desenvolver resistências às vacinas que já existem", disse o também Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), acrescentando que no seu país apenas 10 mil pessoas foram vacinadas, "e na sua maioria expatriados".
A questão das vacinas e a fraca mobilização dos africanos foi um dos temas que sobressaiu da conferência de imprensa final, que marcou o encerramento da cimeira de Paris sobre o financiamento das economias africanas.
Na conferência de imprensa, em que participou também o Presidente da França e o do Senegal, além da directora executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), Tshisekedi vincou que "o primeiro objectivo de todos que saiu desta cimeira é a necessidade de vacinar o maior número de pessoas e o mais rápido possível", admitindo que a fraca mobilização para as vacinas decorre de serem fabricadas no estrangeiro.
"Como africano e como Presidente da RDCongo, admito que não há mobilização suficiente por parte da nossa população por haver receios devido à vacina vir de outro lado, e é por isso que temos de fabricar as vacinas em África", salientou o presidente em exercício da UA.
"Isso terá um impacto significativo na atitude das populações, mas para isso precisamos de resolver a questão da propriedade intelectual, nomeadamente no Ruanda e na África do Sul, que estão muito envolvidos nesse processo", acrescentou.
A Cimeira de Paris reuniu, esta terça-feira, dezenas de líderes africanos e europeus, além de responsáveis de organizações internacionais, para promover discussões e encontrar soluções para o financiamento das economias africanas, a braços com uma redução das receitas e um aumento do custo da dívida pública, que limita o investimento no desenvolvimento económico.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.391.849 mortos no mundo, resultantes de mais de 163,5 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
África contabiliza 126.447 óbitos e 4.692.520 casos desde o início da pandemia. (RM /NMinuto)
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