Os deputados da Assembleia da República﴾AR﴿, manifestaram a sua preocupação com o abandono e aparente inactividade dos Silos construídos no Distrito de Nhamatanda, Província de Sofala, instalações fulcrais para a pesagem, secagem, testagem e armazenamento de cereais produzidos no Distrito.
Este posicionamento foi tomado, sábado último (22), pelos deputados da Comissão de Agricultura, Economia e Ambiente (CAEA) que visitaram aquelas instalações no âmbito do trabalho de fiscalização do cumprimento e implementação do Plano Economico e Social referente ao primeiro semestre de 2020, na Província de Sofala e cujos aspectos de visibilidade desta actividade contam com o apoio do Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD).
Com uma capacidade instalada para armazenar cerca de 4600 toneladas de cereais diversos, os Silos encontram se num estado de abandono, facto que levou os deputados a considerarem a necessidade de encontrar mecanismos para o aproveitamento cabal daquelas instalações, consideradas vitais para o combate a fome não somente para aquele distrito, mas também para a província e os pais em geral.
De acordo com o Vice-presidente daquela Comissão parlamentar, Manuel Ramessane, o que mais perturba e inquieta os deputados é o facto de a construção daqueles empreendimentos ter custado dinheiro do erário público para depois serem subaproveitados, tendo na ocasião exigido explicações das autoridades administrativas locais para poder compreender as razões que ditaram o abandono dos Silos.
O Administrador de Nhamatanda, Tomé José, explicou aos representantes do povo que o empreendimento se encontra em abandono progressivo devido ao facto de os empresários preferirem a utilização das suas próprias instalações para o armazenamento dos cereais destinados a comercialização em detrimento aos do Estado.
O Administrador e os gestores dos Silos de Nhamatanda explicaram que a atitude dos empresários pode estar ligada à pretensão futura de os mesmos adquirirem o empreendimento quando as autoridades governamentais optarem pela privatização da infra-estrutura para a sua rentabilização.
Mesmo perante estes esclarecimentos, o grupo de deputados da CAEA entende ser imperioso desencadear o processo de rentabilização dos Silos de Nhamatanda para que, efectivamente, contribuam para o desenvolvimento socioeconómico através do armazenamento e testagem de cereais para a comercialização.
No informe do Governo Distrital, apresentado àquele grupo de deputados, estão patentes, entre outros aspectos, as principais actividades realizadas no período em análise, no âmbito da execução das acções inscritas no Plano Economico e Social﴾PES﴿ de 2020.
Dados apresentados pelo administrador do Distrito indicam que dos 126.830 hectares planificados para a campanha agrícola 2019/2020 foram lavrados 87.830,4 hectares no primeiro semestre do presente ano e alcançada uma produção global de 213.531,2 toneladas de culturais diversos, com destaque para o milho, a mapira e as hortícolas.
ʺEspera-se maior produção na segunda época, visto que as hortícolas detêm maiores rendimentosʺ, afirmou o Administrador de Nhamatanda, acrescentando que ʺdas 327.857,37 toneladas planificadas, foram comercializadas 201.887,99 toneladas, correspondendo a uma execução de 61,6 porcento contra 164.963,93 toneladas de igual período de 2019, com uma evolução de 22,4 por centoʺ.
Com 312.237 habitantes e uma densidade populacional de 72hab/km2, Nhamatanda tem a segurança alimentar garantida na medida em que, segundo José, ʺas necessidades totais de consumo de cereais é de 52.379,33 toneladas e a disponibilidade destes, no primeiro semestre do presente ano de 2020, foi de 110.342 toneladasʺ.
No Distrito de Dondo, as autoridades governamentais mostram-se satisfeitos com os resultados alcançados no decurso do primeiro semestre deste ano, período em que foram criados 198 postos de emprego, 180 dos quais pertencentes ao sector privado e as restantes às instituições do Estado, de um plano anual de 3.160.
O Distrito conta presentemente com 2.316 funcionários púbicos, sendo 1.042 homens e 1.274 mulheres. Foram inscritos 583 beneficiários do sistema de segurança social, de um plano inicial de 1.280, o que corresponde a uma realização de 80,4 porcento e um decréscimo de 46,5 pontos percentuais quando comparado com igual período de 2019 em que foram inscritos 1.091 beneficiários.
Estas informações constam do documento apresentado, sexta-feira passada, dia 21, pelo Administrador do Dondo, José Mavume Mutoroma, durante um encontro mantido com um grupo dos deputados membros da CAEA que escalou aquele ponto do país no âmbito da fiscalização da acção governativa nas áreas de sua competência regimental visando essencialmente aferir o grau de implementação do Plano Economico e Social de 2020 e a respectiva expressão orçamental.
Mutoroma explicou aos parlamentares que no Distrito que dirige não há bolsas de fome, em virtude das colheitas da presente safra agrícola serem satisfatórias fruto do apoio da assistência alimentar que vem potenciando a dieta alimentar. ʺEm igual período de 2019, a segurança alimentar estava comprometida devido aos efeitos devastadores do ciclone Idai, no que resultaram perdas inestimáveis de diversas culturasʺ, sublinhou o governante.
Segundo o Administrador Distrital, na campanha agrícola 2019/2020 Dondo alcançou uma cifra estimada em 117.782 toneladas de culturas diversas, de um plano anual de 233.589 toneladas, o que corresponde a uma execução de 50,4 porcento. Nesta campanha foi planificada uma área total de 65.503 hectares, envolvendo cerca de 22.092 famílias camponesas assistidas tecnicamente por 20 extensionistas.
Com uma população estimada em 217.038 habitantes e uma produtividade media de 5.6 toneladas por hectare, o Distrito do Dondo localiza-se a pouco mais de 30 quilómetros da cidade da Beira, capital provincial de Sofala e tem como desafios, entre outros, a intensificação da sensibilização da população para semear em áreas com condições favoráveis ȧ prática de culturas da segunda época agrícola.
No âmbito da visibilidade, as actividades de fiscalização das Comissões de Trabalho da AR são realizadas em parceria com o Instituto para a Democracia Multipartidária﴾IMD﴿. O grupo de deputados da CAEA visitou já as províncias de Tete e Sofala, podendo, nos próximos dias escalar Zambézia para fiscalizar a actividade governativa nas áreas de competência regimental. (RM)
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