Da União Europeia à Rússia, vários líderes mundiais prestaram homenagem ao homem que acabou com a Guerra Fria.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, juntou-se à maré de homenagens ao último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, que morreu esta terça-feira aos 91 anos.
Através do Twitter, António Guterres mostrou-se "profundamente triste" com a notícia, mas elogiou o legado de Gorbachev, "um governante sem igual que mudou o rumo da história".
"O mundo perdeu um líder global gigante, um comprometido multilateralista e um incansável activista pela paz", afirmou Guterres, acrescentando através do seu porta-voz que "ele fez mais do que qualquer indivíduo para trazer um fim pacífico à Guerra Fria".
Nos Estados Unidos da América, o rival da União Soviética com quem Gorbachev se aproximou durante o mandato de Ronald Reagan, as primeiras reacções vieram de dois antigos secretários de Estado que tiveram de lidar com os soviéticos.
Henry Kissinger disse à BBC que "o povo da Europa de Leste e o povo alemão, e no final o povo russo, devem-lhe uma enorme dívida de gratidão pela inspiração e a coragem em abordar estas ideias de liberdade". Já James Baker, o diplomata norte-americano que negociou com Gorbachev a reunificação da Alemanha, classificou Gorbachev como "um gigante que guiou a sua grande nação rumo à democracia". E Condoleeza Rice, secretária de Estado de George W. Bush, salientou a importância do russo no fim pacífico da Guerra Fria.
Uma das primeiras reacções internacionais à morte de Mikhail Gorbachev veio da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que prestou uma homenagem através do Twitter ao último líder da União Soviética.
Von der Leyen afirmou que Gorbachev foi "um líder respeitado e de confiança".
"Ele teve um papel crucial no fim da Guerra Fria e em fazer cair a Cortina de Ferra. Abriu caminho para uma Europa livre. O seu legado não será esquecido", vincou a líder europeia.
Ainda na União Europeia, o presidente francês Emmanuel Macron lamentou a morte do ex-governante e, numa frase com algumas referências aos tempos atuais, elogiou-o por ser "um homem de paz cujas escolhas abriram um caminho de liberdade aos russos".
Perto de sair de Downing Street, o (ainda) primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse estar "entristecido" por saber da morte do político nascido na Rússia, e recordou que nos tempos vividos olhando para invasão russa, o "comprometimento incansável de abrir a sociedade soviética continua a ser um exemplo para todos".
Na Rússia, onde o legado de Gorbachev se mantêm muito controverso (para muitos, o antigo líder é considerado um traidor, por ter permitido a queda da URSS), o presidente Vladimir Putin expressou "profundas condolências" pela morte do antecessor - entre a liderança soviética de Gorbachev e o regime russo de Putin distam cerca de dez anos, com o mandato de Boris Yeltsin a separá-los.
Em Portugal, vários líderes políticos reagiram à notícia da morte de Gorbachev. O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, considerou-o "essencial para o fim da Guerra Fria e para a transição democrática no Leste da Europa". Já Rui Rio, antigo líder do PSD, disse que "o mundo ocidental tem de estar eternamente grato pelo seu trabalho em prol do diálogo e da paz". (RM/ NMinuto)
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