Uma equipa composta por 10 elementos multissectoriais dos Centros Africanos para o Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC), da Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe efectuou, recentemente, uma visita de intercâmbio ao Instituto Nacional de Saúde (INS), com o objectivo de colher experiências e lições sobre o estabelecimento de institutos de saúde pública.
Dirigida pela Directora-geral-Adjunta do INS, Sofia Viegas, a visita privilegiou momentos de discussão com profissionais de cada unidade orgânica da instituição. Na abertura da visita, a dirigente disse ser uma honra receber a equipa para troca de experiências a vários níveis em prol do estabelecimento de institutos de saúde pública.
Sofia Viegas deu a conhecer aos visitantes o historial da criação e evolução do INS, sua missão e visão, destacando a investigação biomédica, os serviços e sistemas de referência laboratorial, vigilância epidemiológica e observação da saúde, comunicação, educação e formação, parcerias com instituições nacionais e internacionais, e saúde pública como principais áreas de intervenção da instituição no Sistema Nacional de Saúde.
O encontro foi marcado por sessões de interacção, nas quais as partes se inteiraram dos vários aspectos relacionados com o funcionamento do INS no domínio da formação, preparação para resposta atempada a surtos, entre outros assuntos.
Questionada sobre o treinamento de técnicos para a resposta atempada a surtos, Viegas fez saber que o INS possui um projecto específico, que é o Programa de Formação em Epidemiologia de Campo, que visa treinar profissionais de Saúde para fortalecer a capacidade de resposta a surtos e outras ameaças à saúde pública.
A equipa informou-se, ainda, do funcionamento dos laboratórios, com destaque para os de Microbiologia, Serologia e Parasitologia, tendo ficado impressionados com a realidade encontrada, com destaque para a área da vigilância epidemiológica.
Os visitantes ficaram impressionados pela realidade de cada sector do INS por onde passaram. O nível de organização da instituição é que mais impressionou e inspirou, como atestam as declarações dos entrevistados, entre os quais a Presidente do Instituto Nacional de Saúde da Guiné e representante da equipa, Quinta Insumbo.
“Não tenho adjectivos para qualificar a dimensão desta visita, porque foi uma surpresa para mim. Não imaginava encontrar este nível de organização. O vosso instituto tem um nível de organização muito elevada, e isso reflecte no vosso trabalho. Portanto, para mim, a melhor lição que tirei é o nível de organização”, destacou Insumbo.
A entrevistada acrescenta que, na mesma senda, ficou tão impressionada pelo sector dos laboratórios, de tal modo que não consegue medir o nível de diferença da capacidade dos técnicos, visto que todos eles estão bem preparados de acordo com a área de interesse de cada um, isto porque houve muita aposta na formação, sendo que muitos deles fizeram o nível de pós-graduação por via da instituição.
“Também, vi que a vossa instituição implementou um sistema de controlo de qualidade de trabalho, o que, a todos os níveis, ajudou muito a melhorar a qualidade. Já comuniquei aos meus colegas que, quando eu voltar, vamos começar a pôr a mão na massa. Vai ser difícil, mas não há nada impossível”, vincou.
Quinta Insumbo acredita que, se o INS conseguiu chegar ao nível em que se encontra, é porque há dedicação e esforço de todos. Nisso, ela espera levar esta experiência para a sua instituição, numa altura em que se encontra muito abaixo do desejado em termos de avaliação externa, até porque, neste momento, muitas actividades, tais como pesquisa e gestão de dados, não estão a ser feitas.
Por seu turno, o Director-geral do Centro Nacional de Endemia de São Tomé e Príncipe, Bonifácio de Sousa, disse que, depois de visitar todas as direcções, todos os departamentos e repartições, ficou empolgado com o engajamento, a vontade e o trabalho em equipa dos funcionários do INS.
“Para a nossa equipa, esta foi uma visita de capital importância, porque nos permitiu ver, “in loco” como é a estrutura do INS e como funciona, os objectivos e como se articula com outras estruturas do Ministério da Saúde”, vincou.
Bonifácio de Sousa fez saber que a instituição que dirige está em vias de transformação, devendo, dentro de três meses, constituir-se como Instituto Nacional de Saúde Pública de São Tomé e Príncipe.
Segundo ele, o INS joga um papel determinante neste processo, até porque a elaboração do estatuto e do plano estratégico do instituto em vias de estabelecimento tem como referência os documentos do INS.
Na mesma ocasião, a equipa visitou a Delegação Provincial do Instituto Nacional de Saúde na cidade de Maputo (DPM-INS), onde se inteirou das actividades realizadas, do historial da sua criação e do funcionamento da sua estrutura. (RM)
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