O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou, esta terça a adopção do nível 3 de confinamento, ajustando as restrições, para conter o avanço da terceira vaga de covid-19 no país.
"Com a excepção do Cabo Setentrional, todas as províncias registam um aumento no número de infecções, quatro províncias declararam uma terceira vaga, sendo Gauteng a província mais atingida com dois terços de todas as infecções no país", salientou Ramaphosa.
O chefe de Estado referiu que o número de óbitos associados à covid-19 no país aumentou cerca de 48% "em apenas duas semanas".
Numa comunicação ao país, pela televisão nacional, o Presidente sul-africano referiu que os "hospitais privados estão próximos da capacidade máxima", sublinhando que se deve "agir de forma rápida e decisiva para conter o aumento das infecções".
Nesse sentido, Ramaphosa disse que o Governo ajustou o confinamento para o nível 3, a partir da noite desta terça-feira, com um novo recolher obrigatório das 22:00 até às 04:00.
Entre as medidas ajustadas, o Presidente sul-africano referiu também que o uso da máscara e consumo de álcool em espaços públicos permanece proibido.
Todavia, Ramaphosa anunciou que "a venda de bebidas alcoólicas é permitida das 22:00 às 18:00, de segunda a quinta, excepto feriados".
Restaurantes e bares passam a encerrar às 21:00, os encontros estão limitados a 50 pessoas no interior e a 100 no exterior, os funerais não podem exceder 50 pessoas.
Na sua comunicação ao país, Ramaphosa anunciou que a comemoração do dia 16 de Junho, feriado nacional da Juventude, "será em formato virtual" devido ao agravamento da pandemia de covid-19 no país, que entrou na época de inverno.
Sobre a vacinação, que tem sido lenta, Cyril Ramaphosa afirmou que "o ritmo da vacinação tem aumentado constantemente", salientando que as autoridades de saúde sul-africanas "estão agora a vacinar cerca de 80.000 pessoas".
Ramaphosa reiterou que 2 milhões de doses da vacina da farmacêutica norte-americana Johnson & Johnson "são inutilizáveis", acrescentando que a produção de novas doses na fábrica de Gqeberha, litoral da África do Sul, "foi acelerada", sem precisar mais detalhes nesse sentido.
De acordo com o chefe de Estado sul-africano, a farmacêutica norte-americana deverá entregar 2 milhões de vacinas até ao final de Junho para substituir as 2 milhões que "devem ser destruídas".
"Estas doses serão usadas para vacinar professores e pessoal de segurança. A tarefa imediata é vacinar [pessoas com] mais de 60 anos sem demora", referiu.
O chefe de Estado explicou que a África do Sul tem capacidade para vacinar 150.000 pessoas por dia, e que as autoridades de saúde sul-africanas pretendem começar a vacinar "300.000 pessoas com mais de 60 anos por dia".
O Presidente considerou "encorajador" o facto de "haver menos profissionais de saúde a serem sido infectados diariamente" com o novo coronavírus.
Dados do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD, na sigla em inglês), divulgados, esta terça-feira, indicam que a África do Sul contabiliza 1.761.066 casos de covid-19, tendo registado nas últimas 24 horas 8.436 novos casos de infecção pelo novo coronavírus no país.
Na segunda-feira, as autoridades de saúde sul-africanas reportaram 5.552 novos casos de infecção pela covid-19.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.813.994 mortos no mundo, resultantes de mais de 176,1 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. (RM /NMinuto)
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