Pelo menos seis pessoas ficaram feridas num tiroteio entre mineiros ilegais e a polícia no leste de Joanesburgo, a capital económica da África do Sul, anunciou hoje a força de segurança sul-africana.
Oincidente ocorreu hoje durante uma operação multidisciplinar envolvendo forças especiais e a unidade de mineração ilegal da Polícia Sul-Africana (SAPS), no subúrbio de Primrose, na cidade de Ekurhuleni (antiga Germiston), a cerca de 15 quilómetros a leste da capital mineira sul-africana, indicou um porta-voz da polícia metropolitana.
Em Primrose situa-se o Luso África, uma das mais antigas colectividades portuguesas na África do Sul.
A degradação de serviços e infra-estruturas públicos, associada à elevada criminalidade, proliferação de povoamentos informais e actividades de mineração ilegal tem afectado a comunidade lusa local na cidade de Germiston, antiga "capital do têxtil" do país africano, onde se situa desde 1920 a Rand Refinery, uma das maiores refinarias de ouro e fundição de metais preciosos do mundo.
"Durante o tiroteio, os agentes da polícia atingiram seis suspeitos, desarmando-os, e prenderam outro suspeito do sexo masculino que tentou fugir do local", afirmou o porta-voz da polícia sul-africana à imprensa local, acrescentando que "os suspeitos, com idades entre 27 e 33 anos, foram transportados para o hospital mais próximo para tratamento médico".
A polícia apreendeu armamento variado, incluindo uma espingarda de calibre 12, automáticas de 9mm, e uma quantidade não especificada de munições.
Os sete suspeitos detidos enfrentam acusações de posse de arma de fogo ilegal, munições reais e tentativa de homicídio, segundo a polícia sul-africana.
Na África do Sul, a exploração mineira ilegal é frequente, com os mineiros conhecidos localmente como "zama zamas" a trabalharem em numerosas minas desactivadas e abandonadas, em especial na zona urbana de Joanesburgo e arredores.
O sector, que conheceu um dos desenvolvimentos mais lucrativos do continente africano, está frequentemente associado à actividade de grupos criminosos organizados na África do Sul.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, aprovou em Novembro do ano passado o destacamento de 3.300 efectivos do exército para impedir a exploração mineira ilegal em todo o país, que é rico em recursos como ouro, diamantes e platina.
A medida visa "conduzir uma operação anticrime contra a mineração ilegal em todas as províncias", em conjunto com a Polícia Sul-Africana (SAPS) até ao próximo dia 28, anunciou a presidência sul-africana. (RM-NM)
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