Quase um ano depois do ataque do Hamas em Telavive a tensão está a aumentar no Médio Oriente, com o conflito a alastrar-se - e a envolver a comunidade internacional.
Nas últimas horas, Telavive terá avançado com uma incursão terrestre no Líbano - que o Hezbollah nega - e, esta terça-feira, os Estados Unidos deram conta de que o Irão se preparava para, a qualquer momento, atacar Israel - o que aconteceu ao final da tarde desta terça-feira.
Telavive diz que o ataque de Teerão "terá consequências". Desde o fim do ataque que Israel e o Irão já trocaram várias ameaças, não havendo sinal de paz.
Entretanto, a Organização das Nações Unidas reúne-se de emergência na manhã desta quarta-feira.
"O Irão fez um erro grave esta noite e vai pagar o preço", diz Netanyahu
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse esta, terça-feira à noite, que o Irão "cometeu um erro grave" ao atacar o seu país e que "pagará o preço", estando Israel determinado em responsabilizar os seus inimigos.
“O regime iraniano não compreende a nossa determinação em nos defender e responsabilizar os nossos inimigos", frisou o governante, num discurso em vídeo.
"Há pessoas em Teerão que não compreendem isto. Vão compreender. Vamos cingir-nos ao que estabelecemos: quem quer que nos ataque, nós atacamos", garantiu Netanyahu.
Já o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, sublinhou na rede social X que "o Irão não aprendeu a lição".
"Quem ataca o Estado de Israel paga um preço elevado", frisou.
Israel solicitou, esta terça-feira à noite, uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, na sequência do ataque iraniano, com o seu embaixador no organismo, Danny Danon, a prometer responder ao ataque do Irão.
"O Irão vai sentir as consequências dos seus actos e vai ser doloroso", observou, depois de sublinhar que o Irão "mostrou ao mundo a sua verdadeira face: a de um Estado terrorista".
Estão em curso intensas consultas no Conselho de Segurança para convocar uma reunião de emergência que o Irão também solicitou no sábado, após a vaga de ataques israelitas contra o sul do Líbano, mas a reunião não se realizou, noticiou a agência Efe.
Danon pretende que tal reunião do Conselho termine "com uma condenação clara e inequívoca do Irão", enquanto por outro lado criticou o secretário-geral, António Guterres, pela sua reacção decepcionante pouco depois de tomar conhecimento do ataque iraniano contra Israel.
"Na sua declaração, basicamente ignorou o agressor e apenas falou da escalada", quando recordou que neste caso um Estado-membro atacou outro Estado-membro com mísseis balísticos, o que não foi explicitamente condenado por Guterres.
O Irão lançou, esta terça-feira cerca de 200 mísseis contra Israel, em retaliação pelos assassinatos do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, do chefe do Hezbollah, Hasan Nasrallah, e de um general iraniano.
Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), a maioria dos mísseis foi interceptada com o apoio dos Estados Unidos, que já garantiu que vai coordenar com os israelitas a resposta a Teerão.
"Os Estados Unidos apoiam Israel totalmente, totalmente, totalmente", frisou o Presidente Joe Biden aos jornalistas, acrescentando que as discussões com Israel estavam "em curso", sobre como responder aos iranianos.
O ataque do Irão acontece numa altura em que o Médio Oriente se encontra mergulhado numa situação explosiva e os apelos a um cessar-fogo no Líbano e em Gaza continuam sem resultados.
Um porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, referiu que o Irão disparou "aproximadamente o dobro dos mísseis" face ao seu ataque anterior contra Israel, em Abril. (RM /NMinuto)
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