Caso Dívidas Não Declaradas: Julgamento retoma 2ª feira com audição de Ndambi Guebuza

O Julgamento do caso das Dívidas Não Declaradas retoma, segunda-feira, com a audição do réu Armando Ndambi Guebuza

As sessões de audição dos réus foram interrompidas na sexta-feira.
O Julgamento que iniciou na última segunda-feira foi caracterizado pela audição dos réus Cipriano Mutota e Teófilo Nhangumele.
São audições que trouxeram algumas revelações que poderão ajudar a esclarecer os contornos do caso das Dívidas Não Declaradas.
Na sexta-feira, o réu Teófilo Nhangumele foi colhido de surpresa por um email que continha um contrato comprovando que parte do valor dos 8.5 milhões de dólares que recebeu de Jean Boustani, no âmbito do projecto de Protecção da Zona Económica Exclusiva de Moçambique, foi enviado primeiro para Portugal e depois recebeu o dinheiro em Moçambique.
As transferências foram feitas em colaboração com um cidadão de nome Inaete Merali, que na altura dos factos, trabalhava no Moza Banco.
Nos contratos assinados, ficava acordado que o réu Teófilo Nhangumele, se comprometia a transferir um montante de 300 mil dólares para a conta de Inaete Merali, em Portugal, e este por sua vez, dava-lhe dinheiro vivo em Moçambique.
Nas suas declarações durante o julgamento, Nhangumele afirmou, alegadamente, que sempre teve interesse em transferir todo o seu dinheiro para Moçambique, pois não tinha nada a esconder.
O juiz Efigénio Baptista questionou as razões que levaram Teófilo Nhangumele a fazer um exercício de primeiro transferir o dinheiro para Portugal e depois recebê-lo em Moçambique.
No contrato assinado entre Teófilo e Inaete Mirali, ficava claro que o documento do acordo, não devia ir ao notário para a sua oficialização.
Nhangumele justificou o facto, alegando que foi no intuito de evitar custos adicionais com o reconhecimento dos documentos.
Foi no meio de respostas descontraídas e contraditórias, que depois de três dias, terminou a audição do réu Teófilo Nhangumele. ( RM)