O influente empresário camaronês Jean-Pierre Amougou Belinga foi hoje acusado de "cumplicidade em tortura" por suspeita do envolvimento no assassínio do jornalista "Martinez" Zogo, sequestrado e torturado em Janeiro, segundo seu advogado.
Amougou Belinga, alegadamente próximo do poder, foi detido no passado dia 6 de fevereiro e presente ao tribunal militar na capital camaronesa, Yaoundé, "durante a noite" e, depois, colocado sob custódia, segundo o seu advogado, Charles Tchoungang, citado pela agência France-Presse (AFP).
Sob anonimato, uma fonte do tribunal militar confirmou à agência noticiosa esta informação.
Belinga foi detido "na prisão principal de Kondengi" após ter sido "presente a um juiz de instrução no tribunal militar", segundo um grupo de comunicação de que é proprietário.
"Martinez" Zogo foi o director-geral da estação de rádio privada Amplitude FM e apresentador de um programa diário, Embouteillage, no qual denunciava regularmente negócios ilegais e corrupção neste país da África Central, cujo regime autoritário é conduzido há mais de 40 anos por Paul Biya e o todo-poderoso partido do Presidente, Reunião Democrática do Povo dos Camarões.
Anteriormente, o porta-voz do Governo, René Emmanuel Sadi acusou vários meios de comunicação de usarem o caso Zogo como "pretexto" para "pôr em julgamento um Estado e um regime, por meio de comentários excessivos, por vezes insultuosos, arriscando-se mesmo a profetizar desajeitadamente e impensadamente sobre o futuro dos Camarões". (RM-NM)
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