Centenas de zimbabweanos ainda votaram hoje para as eleições

Centenas de pessoas votavam hoje no Zimbabwe depois de o Presidente do país, Emmerson Mnangagwa, ter prolongado por mais um dia as eleições gerais em alguns círculos eleitorais, devido ao atraso na abertura das urnas na quarta-feira.
Como constatou a agência de notícias espanhola, EFE, no local, em diferentes bairros da capital formaram-se longas filas em frente aos centros de votação onde os zimbabweanos devem escolher o seu próximo Presidente e os membros do Parlamento, bem como os conselheiros do governo local.
"Estamos felizes que a votação tenha começado de forma tranquila e pacífica nos distritos que não votaram ontem [quarta-feira]", afirmou à EFE Justin Manyau, porta-voz da Comissão Eleitoral do Zimbabwe. (ZEC).
Em 40 dos 1.970 círculos eleitorais do país, os cidadãos podem votar hoje entre as 07:00 e as 19:00 locais, depois de algumas mesas de voto só terem aberto na tarde de quarta-feira, devido à falta de alguns materiais eleitorais.
Num comunicado divulgado na terça-feira de manhã, a ZEC atribuiu os factos sobretudo aos "atrasos na impressão dos boletins de voto decorrentes de numerosos recursos judiciais", sem dar mais detalhes.
O organismo eleitoral destacou que apenas 23% dos centros de votação abriram as portas no horário estabelecido na província de Harare, reduto da oposição Coligação de Cidadãos pela Mudança (CCC).
Naquele território e nas províncias de Mashonaland Central (norte) e Manicaland (leste), que apoiam maioritariamente a União Nacional Africana-Frente Patriótica do Zimbabwe (ZANU-PF), é onde prossegue a votação esta quinta-feira.
O resultado da votação deverá ser conhecido dentro de cinco dias.
Embora 11 candidatos concorram à Presidência, apenas dois têm hipóteses de vencer: o actual chefe de Estado, Emmerson Mnangagwa, de 80 anos e líder do ZANU-PF, e Nelson Chamisa, de 45 anos e chefe do CCC.
Caso nenhum dos candidatos obtenha mais de 50% dos votos, será realizado um segundo turno entre os dois mais votados no dia 02 de Outubro, conforme estabelece a lei do país.
Os zimbabweanos vão às urnas preocupados com a escassez de energia e o elevado custo de vida aliado a uma grave crise inflacionária, com a moeda local, o dólar zimbabueano, a perder 86% do seu valor entre Janeiro e Junho.
As eleições acontecem depois de uma campanha eleitoral marcada por denúncias de organizações de direitos humanos sobre a crescente perseguição a dissidentes no país, bem como pela perseguição politicamente motivada de líderes da oposição. (RM /NMinuto)