Colômbia e dissidentes das FARC adiam cessar-fogo e negociações de paz

Publicado: 09/10/2023, 11:37
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O governo colombiano e a principal facção dissidente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) anunciaram no domingo o adiamento de um cessar-fogo e do início de negociações de paz por mais de uma semana.
As negociações, que deveriam ter começado no domingo em Tibu, na fronteira leste do país, começarão a 16 de Outubro, disseram representantes do Presidente Gustavo Petro e dos dissidentes do Estado-Maior Central (EMC).
O grupo, conhecido como EMC-FARC, rejeita o acordo de paz assinado em 2016 entre as autoridades de Bogotá e as FARC, uma guerrilha marxista que combateu durante mais de meio século no país.
O alto-comissário do Governo da Colômbia, Danilo Rueda, para a paz também disse que o cessar-fogo bilateral, anunciado no mês passado, entraria em vigor em 16 de Outubro, mas que as autoridades iriam suspender de imediato as operações contra os dissidentes.
As declarações de Rueda foram alvo de vaias em Tibu, onde milhares de pessoas se deslocaram para testemunhar a abertura das negociações de paz.
Pelo contrário o porta-voz do EMC-FARC, Andrey Avendaño, foi aplaudido calorosamente em Tibu, território onde a guerrilha está fortemente presente, e admitiu que o caminho para a paz seria longo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, agradeceu às duas partes o início das conversações e afirmou que terá "benefícios tangíveis" para as comunidades afectadas.
No entanto, o português lamentou a violência persistente contra ex-membros das FARC, em referência aos 15 antigos combatentes assassinados entre 27 de Junho e 26 de Setembro.
No total, 394 antigos membros das FARC foram mortos desde a assinatura dos acordos de paz em 2016.
No final de Setembro, o EMC-FACR tinha anunciado, na perspectiva das negociações de paz, a suspensão das suas "acções ofensivas" contra as forças de segurança, que deixaram pelo menos 22 mortos.
Os últimos meses foram assinalados por um reinício das actividades deste grupo, acções que têm sido condenadas por Gustavo Petro como tendo por objectivo ampliar o controlo territorial de zonas de tráfico de droga.
Os dissidentes, estimados em cerca de 3.500 homens no final de 2022 segundo dados oficiais, reuniram nos últimos meses vários outros grupos que operam em várias regiões da Colômbia, anteriormente ocupadas pelas FARC e também abandonadas pelas forças governamentais.
Petro, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia e ele próprio um antigo guerrilheiro, quer pôr fim a seis décadas de conflito armado através de negociações de paz com todos os grupos armados ilegais. (RM /NMinuto)

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