A 69.ª Conferência da Sociedade Civil da ONU terminou hoje em Nairobi com um optimismo generalizado, com os debates centrados na evolução para um futuro mais inclusivo e sustentável para o mundo.
A sessão de encerramento da conferência, que antecede a Cimeira do Futuro de Nova Iorque, em Setembro, contou com a presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, e do Presidente do Quénia, William Ruto.
Guterres afirmou que, no sistema internacional, "a sociedade civil é frequentemente marginalizada", embora tenha elogiado o seu papel na procura da paz e da justiça.
"Vejo-vos a dar de comer a quem tem fome, a defender a verdade, a promover a igualdade entre homens e mulheres e a promover o desenvolvimento sustentável", saudou Guterres.
O secretário-geral da ONU apelou também no seu discurso a que "se volte a colocar o desarmamento no centro da agenda internacional e se actue com urgência para criar um mundo livre de armas nucleares".
Na conferência de imprensa que antecedeu a sessão de encerramento, o secretário-geral referiu-se também à situação em Gaza, alertando para o facto de a invasão terrestre da cidade palestiniana de Rafah por Israel poder conduzir a "um desastre humanitário épico", depois de as negociações de cessar-fogo no Cairo terem falhado esta semana.
Por seu lado, Ruto defendeu que o progresso "não pode ser apanágio dos gestores ou daqueles que monopolizam o poder".
O Presidente queniano disse estar "empenhado" em criar uma plataforma para enfrentar "os desafios da coesão e da desigualdade" no seu país, bem como em fazer reformas regulamentares que favoreçam o associativismo, a fim de alcançar um desenvolvimento sustentável.
Embora tenha centrado o seu discurso no seu país, o líder queniano defendeu o multilateralismo, um dos conceitos mais evocados durante a conferência, porque, defendeu, "num mundo interligado, nenhuma nação pode enfrentar estes desafios isoladamente e esperar ter sucesso".
A sessão de encerramento foi aberta pela subsecretária-geral da ONU para as Comunicações Globais, Melissa Fleming, que admitiu que "a inspiração da sociedade civil sempre foi crucial para o trabalho da ONU".
"Ouvi (durante a Conferência) uma palavra muito bonita: solidariedade. Hoje, mais do que nunca, precisamos dela", vincou.
A co-fundadora da Aliança Pan-Africana para a Justiça Climática, Mithika Mwenda, referiu que "o progresso global e sustentável não é apenas um apelo à ação, mas um farol de esperança, uma promessa".
A co-presidente da Conferência da Sociedade Civil, Carole Ageng'o, referiu que, desde o início das conversações, na quinta-feira, os participantes embarcaram "em discussões intensas para um futuro mais inclusivo, sustentável e seguro para todos".
Ao longo de dois dias, cerca de 2.500 representantes de governos, organizações da sociedade civil, grupos de reflexão e outros participaram em dezenas de seminários e reuniões centradas na importância da sociedade civil na construção de um futuro sustentável.
A conferência serviu de pontapé de saída para as conversações de dezenas de "coligações de impacto", que concretizarão as suas acções na Cimeira do Futuro, em 22 e 23 de Setembro, em Nova Iorque, onde será promulgado o Pacto para o Futuro. (RM-NM)
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