Corte de ajuda financeira dos Estados Unidos da América, poderá levar cerca meio milhão de pessoas no Malawi a mergulharem na pobreza extrema até finais deste ano.
Washington, congelou 177 milhões de dólares, correspondentes a 59% da ajuda americana anual ao Malawi, afectando seriamente os principais serviços básicos do país que dependiam da ajuda externa.
Um relatório do Instituto Internacional de Pesquisa de Políticas Alimentares, revela que desde o anúncio da suspensão da ajuda, 4.451 profissionais de saúde foram demitidos dos seus postos de trabalho, 18 centros de tratamento de HIV fechados e programas de saúde materna cancelados.
Os choques económicos detalhados no relatório, são catastróficos, pois a suspensão da ajuda reduziu as reservas cambiais do Malawi em um montante correspondente a 6,3% das importações anuais, o suficiente para comprar bens essenciais para 3,5 semanas.
A moeda local, o kwacha, depreciou nos mercados paralelos, elevando os preços de combustíveis, medicamentos e alimentos a níveis exorbitantes.
Economistas do Instituto Internacional de Pesquisa de Políticas Alimentares, projectam que o PIB do Malawi encolherá em 127 milhões somente neste ano, com perdas cumulativas chegando a 127 milhões de dólares neste 2025.
O relatório prevê ainda que até 2030, o Malawi poderá ter perdas cumulativas de até 1,3 bilião de dólar.
O sector da saúde, que recebeu 57% da assistência dos EUA, segundo o relatório, enfrenta cortes significativos.
Programas de HIV/SIDA, perderam de 36% a 39% do financiamento, enquanto iniciativas de saúde materno-infantil foram praticamente eliminadas, com cortes de 96% a 100%.
Programas agrícolas cruciais para a segurança alimentar foram cortados em 59%, ameaçando a colheita da próxima temporada, num país onde a maioria das famílias depende da agricultura de subsistência.
O relatório alerta que o duplo golpe, o colapso do sistema de saúde e a iminente escassez de alimentos pode criar uma catástrofe humanitária. (RM Blantyre)
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