O director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou hoje que a desigualdade na vacinação contra a covid-19 ameaça todas as nações, reiterando a necessidade da partilha de vacinas para travar a fase aguda da pandemia.
Tedros Adhanom Ghebreyesus falava na habitual videoconferência de imprensa sobre a evolução da pandemia da covid-19, transmitida da sede da OMS, em Genebra, na Suíça.
O médico etíope enfatizou que "a vacinação desigual é uma ameaça a todas as nações e não apenas às que contam com menos vacinas", ao permitir que o novo coronavírus SARS-CoV-2 "continue a propagar-se, aumentando as possibilidades de uma variante emergente fazer com que uma vacina seja menos eficaz".
O dirigente da OMS alertou para o "aumento da transmissão" das variantes do SARS-CoV-2 consideradas como "de preocupação", em particular a Delta (sub-linhagem da variante identificada pela primeira vez na Índia), que deve manter os países vigilantes.
Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, "eliminar restrições" pode revelar-se "muito preocupante" para as pessoas ainda não vacinadas, pelo que mesmo nos países com elevadas taxas de vacinação a atenuação das medidas sanitárias deve ser feita de "forma prudente e alinhada com a taxa de circulação viral".
Para o director-geral da OMS, a falta de partilha de doses de vacinas entre os países ricos e pobres, mas também de recursos e tecnologia, continua a ser uma barreira ao combate da covid-19, apesar dos "indícios encorajadores sobre a trajectória da pandemia" no mundo - menos infecções em seis semanas consecutivas e menos mortes em cinco semanas seguidas.
"Partilhar vacinas é fundamental para pôr fim à fase aguda da pandemia", frisou, apelando aos sete países mais industrializados do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) para doarem em Junho e Julho vacinas ao mecanismo de distribuição universal e equitativa Covax, que permite fazer chegar doses às nações mais pobres.
Aos fabricantes de vacinas, Tedros Adhanom Ghebreyesus pediu para que disponibilizem ao Covax, co-gerido pela OMS, metade do seu volume de produção ainda este ano.
A pandemia da covid-19 provocou, pelo menos, 3.731.297 mortos no mundo, resultantes de mais de 173,2 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP. (RM/NMinuto)
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