Uma delegação do Hamas desloca-se esta sexta-feira ao Cairo para partilhar a sua posição sobre o plano egípcio que prevê um cessar-fogo que termine com as ofensivas israelitas em Gaza, adiantou hoje fonte do movimento islamita palestiniano.
O plano elaborado pelo Egipto foi apresentada na semana passada a responsáveis do Hamas e da Jihad Islâmica, que também está envolvida nos combates contra o Exército israelita na Faixa de Gaza, durante visitas de líderes dos dois movimentos ao Cairo.
Segundo fontes próximas do Hamas, o plano egípcio, em três fases, prevê na sua última versão para tréguas renováveis, uma libertação escalonada de dezenas de reféns detidos pelo Hamas em troca de prisioneiros palestinianos encarcerados por Israel.
Em última análise, este plano conduz a um cessar-fogo para terminar as hostilidades desencadeadas em 07 de Outubro, após o sangrento ataque sem precedentes perpetrado pelo movimento islamita em solo israelita.
Segundo as mesmas fontes, o plano prevê também a criação de um governo palestiniano de tecnocratas, na sequência de um diálogo envolvendo "todas as facções palestinianas" e que será responsável por governar e reconstruir a Faixa de Gaza após a guerra.
Fonte do Hamas, que falou à agência France-Presse (AFP) sob condição de anonimato, adiantou hoje que "uma delegação de alto nível" do gabinete político do Hamas (com sede no Qatar) viajará até ao Cairo esta sexta-feira, para uma reunião com autoridades egípcias.
Neste encontro, o Hamas irá transmitir a resposta das facções palestinianas, que inclui várias observações ao plano egípcio.
Estas observações referem-se em particular "às modalidades dos trocas [de reféns] planeadas e ao número de palestinianos que serão libertados", bem como "à obtenção de garantias para uma retirada militar total israelita da Faixa de Gaza", acrescentou o responsável.
O chefe do Serviço de Informação do Estado egípcio, que atua como porta-voz do Governo, confirmou hoje, em comunicado, que o Egipto apresentou um plano "destinado a reunir os pontos de vista de todas as partes envolvidas com o objectivo de acabar com o derramamento de sangue palestiniano, parar a agressão contra a Faixa de Gaza e restaurar a paz e a segurança na região".
"Esta proposta compreende três fases sucessivas e interligadas que conduzem a um cessar-fogo", acrescentou Diaa Rashwan.
O porta-voz do Governo salientou ainda que o Egipto "não recebeu nesta fase as respostas das partes envolvidas", garantindo também que as mesmas serão tornadas públicas "em detalhe", quando Cairo receber o 'feedback' dos vários atores.
Israel e o Hamas travam uma guerra que dura há 83 dias, desde o ataque do movimento islamita palestiniano que causou cerca de 1.200 mortos, na sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada nos últimos dados oficiais israelitas.
Como represália, Israel prometeu destruir o Hamas, bombardeou a Faixa de Gaza e lançou uma ofensiva terrestre a 27 de Outubro.
Desde o início das operações militares israelitas, foram mortas em Gaza 21.320 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. (RM-NM)
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