O antigo chefe de uma das milícias acusadas pela ONU de crimes contra a Humanidade na República Centro-Africana (RCA) foi detido no sábado em Bangui, disse hoje o Governo do país.
Trata-se de Eugène Barret Ngaïkosset, ex-membro do corpo de segurança do antigo Presidente da RCA François Bozizé, derrubado em 2013 por uma coligação de grupos armados de maioria muçulmana, conhecida como Séléka.
Eugène Barret Ngaïkosset tornou-se a seguir um líder destacado das milícias cristãs e animistas, fundadas por Bozizé, para combaterem a Séléka.
Os dois grupos mergulharam o país numa guerra civil sangrenta e foram acusados em 2015 pelas Nações Unidas de "crimes de guerra" e "crimes contra a Humanidade", levados a cabo durante os anos de 2014 e 2015, no auge do conflito.
Ngaïkosset "foi detido no sábado durante a inauguração da nova base logística das forças armadas" do país, nas imediações da capital (Bangui), disse hoje à AFP o ministro da Justiça da RCA, Arnaud Djoubaye Abazene.
Nesta cerimónia de inauguração estava o Presidente da RCA, Faustin Archange Touadéra, e não se conhecem mais detalhes sobre a detenção, segundo a AFP.
As acusações contra Ngaïkosset serão detalhadas "nos próximos dias", disse o ministro à agência noticiosa.
Ngaïkosset é apelidado de "carniceiro de Poua" pelos meios de comunicação social da RCA, numa referência aos massacres nesta cidade do noroeste do país, pelo exército, entre 2005 e 2007, quando o agora detido era um dos chefes da guarda presidencial.
Considerado pela ONU como o segundo país menos desenvolvido do mundo, a RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube de François Bozizé.
Os confrontos entre os dois grupos obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas. (RM-NM)
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