No Malawi, o antigo governador do Banco central do Malawi, Dalitso Kabambe, foi detido, esta terça-feira na cidade de Lilongwe, por alegado abuso de cargo aquando da governação de Peter Mutharika.
A detenção de Kabambe ocorre dois dias depois da detenção de outros três quadros seniores do Banco de Reserva do Malawi.
A prisão destes antigos dirigentes do Banco Central, foi suscitada após uma auditoria forense encomendada pelo governo de Lazarus Chakwera.
As conclusões do relatório da auditoria indicam que no período entre 1 de Janeiro e 30 de Junho do ano passado, o Banco Central efectuou pagamentos ilícitos internamente e no exterior.
De acordo com o documento, no período em alusão, houve vários pagamentos suspeitos, emissão de cartas de crédito para empresas sem a devida diligência, celebração de contratos ilegais, e transferência de uma quantia avultada em dinheiro para um banco local.
Na véspera do anúncio dos resultados, a 23 de Junho, os quatro funcionários seniores transferiram do banco central para um banco local, mais de 4.3 biliões de kwachas (o equivalente a mais de 320 milhões de meticais MZN).
Os auditores referem ainda que o Banco de Reserva do Malawi, desviou grandes somas em dinheiro, através das embaixadas do país.
O relatório mostra também que houve transferências feitas para a manutenção de edifícios, aluguer, pagamento de taxas escolares entre outras despesas para o pessoal diplomático no estrangeiro, sem nenhum documento que sustenta a legalidade de tais operações.
Nesta auditoria foi igualmente descoberto um pagamento de 4,1 biliões de kwachas( o equivalente a cerca de 315 milhões de meticais MZN) para a conta de pensões e gratificações, sem instrução de financiamento aprovada pelo governo.
O banco central, não seguiu os procedimentos de mitigação de risco necessários na emissão de cartas de crédito para o fornecimento de fertilizantes ao governo do Malawi, através do Fundo Rotativo de Fertilizantes para Pequenos Agricultores do país.
O relatório de auditoria, aponta ainda que os titulares do ministério da segurança interna, estão supostamente envolvidos no desvio de 9,7 biliões de kwachas,( cerca de setecentos milhões de meticais MZN) na compra duvidosa de equipamento diverso a partir dos Emirados Árabes Unidos, onde tinham sido adjudicadas oito empresas.
A transferência a partir do banco central para o então partido no poder, o DPP, de 7 biliões de kwachas( cerca de setecentos milhões de meticais MZN), por via de um banco, o FDH, consta do relatório.
Este rol de ilícitos cometidos pelo Banco Central, é que está por detrás da detenção dos quatro antigos gestores daquela instituição financeira, que aguardam sob custódia, a legalização da prisão. ( RM Blantyre)
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