A manhã, com frio intenso e chuvistos intermitentes deste, sábado, serviu para Moçambique e o Mundo, darem o último adeus ao músico Dilon Djindji, que perdeu a vida na madrugada de 18 de Setembro, vítima de doença, aos 97 anos.
A cerimónia fúnebre de Dilon Djindji decorreu na vila autárquica de Marracuene, província de Maputo, tendo depois os restos mortais sido conduzidos para o cemitério municipal, sua última morada.
Do seu nome de registo Venâncio da Conceição Dilon Djindji, nasceu a 14 de Agosto de 1927, no distrito de Marracuene, na província de Maputo.
Cedo interessou-se pela música, tendo construído, aos 12 anos, a sua primeira guitarra artesanal com recurso a uma lata de azeite, um pedaço de madeira e três cordas.
Em 1945 frequentou um curso de estudos bíblicos da missão suíça, no Seminário Ricalta, uma instituição ecuménica dos arredores de Maputo.
Em 1947, tendo concluído aquele curso, foi exercer as funções de pastor na ilha Mariana (atual ilha Josina Machel, província de Maputo).
Nessa ilha, iniciou-se nos recentes ritmos da marrabenta, um estilo musical urbano típico do sul de Moçambique. O seu espírito e energia contribuíram para popularizar esse novo estilo musical.
Em 1950, para ganhar algum dinheiro, foi trabalhar como mineiro para a África do Sul e, em 1954, regressando a Moçambique, foi trabalhar numa cooperativa agrícola.
Em 1960, criou o seu próprio grupo de música, Estrela de Marracuene. Actuou pela primeira vez na rádio, em 1964, na estação Voz Africana, e gravou o seu primeiro álbum, Xiguindlana, em 1973, através da casa discográfica Produções 1001, na qual trabalhou como coordenador de produção.
O seu reportório é constituído por canções sobre o amor e as relações humanas, como “Maria Teresa”, “Angelina”, “Podina”“Achiltanwana”, “Maria Rosa”, “Hilwe-Wa Santi”, canções sobre Moçambique, das quais se destaca “Sofala”, “Marracuene”, canções sobre os problemas que afetam a sociedade do seu país, entre muitas outras.
O seu trabalho musical influenciou vários artistas, tais como Alexandre Jafete, Eusébio Johan Tamele, Francisco Mahecuane e Alberto Langa.
A partir de 2001, lançou a sua carreira, a nível internacional, como membro do grupo Mabulu.
Naquele ano, actuou pela primeira vez fora de Moçambique e demonstrou, apesar dos seus 74 anos, uma inesgotável energia e uma grande agilidade para a dança.
Em 2002, gravou mais um trabalho a solo, num cd intitulado Dilon, no qual a marrabenta é apresentada de forma mais acústica.
De referir que, recentemente, Dilon Djindji foi homenageado pelas autoridades governamentais do distrito de Marracuene, sua terra natal. (RM)
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