Dívidas não declaradas: Zulficar Ahmed admite ter mentido ao tribunal

O réu Zulficar Ahmad admitiu hoje ter mentido ao Tribunal no seu primeiro interrogatório, na sequência do Julgamento do caso das dívidas não declaradas.

Falando esta segunda-feira, no seu segundo interrogatório, o réu explicou que as falsas declarações por si prestadas no Tribunal, fazem parte de um esquema de defesa desenhado pelo réu António Carlos do Rosário e pelo Declarante Imiran Issa, na altura seu Advogado.

No caso das dívidas não declaradas o réu Zulficar Ahmad, é acusado de ter feito parte de um esquema de venda de imóveis transaccionados com valores provenientes do grupo Privinvest, onde recebeu uma comissão de 100 mil dólares pela intermediação.

Nas suas declarações o réu Zulficar Ahamad, afirmou que foi induzido a usar a morte do seu amigo Marcos Calafior para encobrir o seu envolvimento na recepção de valores provenientes do grupo Previnvest.

Perante estas declarações o Juiz Efigenio Baptista alertou ao réu Zulficar Ahmad que os seus actos têm consequências perante o Tribunal.

Quem também admitiu ter mentido durante a instrução preparatória do processo, é o declarante Osmam Mahomed.

Falando em sede do Tribunal, Osmam Mahomed explicou que mentiu na Procuradoria-Geral da República por iniciativa própria, para proteger o amigo António Carlos do Rosário.

Esta segunda-feira o Juiz Efigenio Baptista esclareceu não haver lapso do tribunal na publicação do calendário dos declarantes que devem comparecer ao Tribunal.

Efigenio Baptista reagia assim ao pedido de esclarecimento feito pela Ordem dos Advogados de Moçambique, em torno da ausência dos nomes dos cidadãos Valdemar de Sousa e Zofimo Muiuane no calendário publicado.

O Julgamento do caso das dívidas não declaradas que lesaram o estado moçambicano em mais de 2.2 mil milhões de dólares, entrou esta segunda-feira para o 60 dia das audições, com atenções ainda viradas para a audição dos declarantes. (RM)