A OMS voltou a salientar a importância de distribuir vacinas por toda a população mundial. As variantes britânica, brasileira e japonesa causam preocupação a nível mundial, mas a indiana também já preocupa a organização.
Tem sido um apelo recorrente nos últimos meses, mas perante a desigualdade na distribuição de vacinas contra a Covid-19 entre os países mais ricos e os países mais pobres, a Organização Mundial de Saúde (OMS) insistiu hoje, e uma mais uma vez, na importância de uma distribuição mais equitativa de vacinas pela população mundial.
“O acesso às vacinas é um grande problema. Os países que ainda não começaram a vacinar enfrentam a escassez. Há que fornecer vacinas para as suas segundas doses. Há que ter um ritmo de vacinação que permita chegar à imunidade de grupo e para isso temos de vacinar a maioria da população adulta. Isso pressupõe aumentar a produção. Para tal é importante negociar a extinção dos direitos de propriedade intelectual da vacina contra o coronavírus, para podermos compartilhar, para podermos aumentar a produção de vacinas”, disse o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na conferência de imprensa desta segunda-feira.
“No próximo mês reúnem-se o G20 e o G7, apenas com a liderança destes países se conseguirá que as vacinas sejam distribuídas por todo o mundo. Faltam 90 mil milhões de dólares para conseguirmos vacinar a população mundial. Encaramos uma ameaça compartilhada, apenas com soluções compartilhadas poderemos vencê-la”, frisou o responsável da OMS.
A organização das Nações Unidas voltou a destacar as situações mais graves no Brasil e na Índia, que “encaram uma situação de grande fragilidade”. No caso da Índia, a OMS está a disponibilizar “equipas para os hospitais de campanha, oxigénio e outras equipas”, estando ainda a “angariar fundos para fornecer ajuda”.
Soumya Swaminathan, a chefe de cientistas da OMS, afirmou que “quando a vacina chega a 50% da população, os casos reduzem”. “A descida do número de mortes pode até acontecer antes, uma vez que as populações prioritárias são vacinadas primeiro”, acrescentou, antes de abordar em particular o processo na Índia.
“A Índia tem de poder vacinar, mas num país com mil milhões de habitantes isto não acontece da noite para o dia (…) O problema está do lado da distribuição”, explicou Swaminathan.
Maria van Kerkhove, a responsável de emergências sanitárias da OMS, sublinhou que há três variantes do coronavírus que preocupam a nível mundial. “A variante identificada no Reino Unido, a que foi detectada no Brasil e a que se encontrou pela primeira vez no Japão”, começou por referir, realçando que a variante da Índia – a estirpe B1.617 – “também preocupa”.
Neste caso em concreto, a “capacidade de sequenciação está a aumentar mas ainda não temos informação suficiente”. (RM/ NMinuto)
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