As economias africanas devem crescer no conjunto cerca 3,5% em 2024 e, apesar da volatilidade do ambiente económico global, continuar a crescer moderadamente, cerca de 4%, em 2025, prevê o Banco Africano de Exportação e Importação.
Os dados constam do Relatório sobre as Perspectivas Económicas e de Comércio de África para 2024, apresentado hoje em Nassau, no primeiro dia de trabalhos das Reuniões Anuais do Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximbank), por Yemi Kale, economista chefe da instituição.
O evento, que decorre na capital das Bahamas até à próxima sexta-feira, e que coincide com o 3.º Fórum de Comércio e Investimento Afro-Caribenho (ACTIF2024), pretende potenciar as relações económicas e comerciais das duas regiões.
"Os desafios globais em curso prejudicaram o desempenho do comércio africano, que registou uma contracção de 6,3% em 2023, contra uma expansão de 15,9% em 2022, enquanto o comércio intra-africano aumentou 3,2% no mesmo período", detalha o documento.
Com excepção da África do Norte e de partes da África Oriental, as sub-regiões assistiram a um abrandamento económico, resultante de um crescimento global mais lento e de preços mais elevados da energia, em especial do petróleo bruto.
"As pressões inflacionistas e as condições financeiras globais mais restritivas contribuíram para a volatilidade das moedas na maioria dos países africanos", acrescenta-se no documento.
Quanto ao produto interno bruto (PIB), as economias africanas registaram em 2023 um crescimento médio combinado de 3,2%, abaixo dos 4% registados em 2022.
"O ritmo da recuperação mundial após a pandemia de covid-19 foi mais forte do que o previsto em 2023, mas abrandou moderadamente nos últimos meses. A modesta recuperação da produção mundial foi impulsionada principalmente pelas economias em desenvolvimento, que registaram taxas de crescimento superiores à média mundial, em especial entre 2022 e 2023", sinaliza-se no documento.
O reforço da capacidade de resistência global de África ao crescimento "implica agir sobre factores externos e internos, incluindo a redução das vulnerabilidades macroeconómicas e a melhoria dos quadros institucionais e de governação".
"Mais do que actuar como um amortecedor eficaz para isolar o continente do impacto adverso da volatilidade global, a aplicação efectiva da Zona de Comércio Livre Continental Africana contribuirá para acelerar o processo de transformação estrutural das economias africanas", antecipa-se no documento.
Mais de 3 mil delegados, incluindo chefes de Estado e de Governo de África e Caraíbas, iniciaram hoje, em Nassau as Reuniões Anuais do Afreximbank (AAAm2024) e o 3.º Fórum de Comércio e Investimento Afro-Caribenho (ACTIF2024).
Os dois eventos decorrem sob o tema "Donos do Nosso Destino: Prosperidade Económica na Plataforma da África Global", e terão painéis de debate centrados na definição de soluções para os desafios que afectam as economias da África e das Caraíbas.
A organização anunciou que pretende concluir mais de 25 acordos de investimento no que será um primeiro passo para a criação de um Acordo de Comércio Livre Afro-Caribenho. (RM-NM)
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