As autoridades iraquianas anunciaram hoje a descoberta de uma vala comum com corpos de 14 pessoas presumivelmente executadas pelo Estado Islâmico na província de Ninive (norte), durante o período em que o grupo 'jihadista' declarou o seu "califado" regional.
ACélula de Segurança, dependente do Ministério da Defesa do Iraque, indicou que a vala comum foi detetada após informações sobre a descoberta de restos humanos num bairro da cidade de Tal Afar.
"Os restos humanos correspondem a 14 vítimas dos bandos criminosos do Estado Islâmico e foram enterrados aqui", concluíram os investigadores, citados num comunicado publicado na rede social X.
"Dia após dia, a brutalidade e a vileza dos bandos terroristas do Estado Islâmico, que derramam o sangue de inocentes e indefesos, é clara para todo o mundo", indicou a nota informativa, acrescentando que estão a ser tomadas medidas para identificar as vítimas.
O grupo 'jihadista', que registou uma pesada derrota militar no território iraquiano em 2017, mantém ainda várias centenas de combatentes em várias células itinerantes no Iraque, onde têm efetuado atentados nos últimos meses.
Durante este período, o Governo iraquiano desencadeou várias operações que, segundo as autoridades de Bagdade, implicaram a morte ou detenção de dezenas de suspeitos, incluindo diversos dirigentes da organização 'jihadista'.
Na passada segunda-feira, dez pessoas acusadas de "terrorismo" e filiação no Estado Islâmico foram executadas no Iraque por enforcamento.
Nos últimos anos, os tribunais iraquianos têm pronunciado centenas de penas de morte e condenações a prisão perpétua, decisões assentes no Código penal do país árabe.
Em junho, peritos da ONU manifestaram-se "alarmados pelo elevado número de execuções anunciadas desde 2016 no Iraque, perto de 400, incluindo 30 este ano".
"Quando as execuções arbitrárias se tornam generalizadas e sistemáticas, podem constituir crimes contra a humanidade", declararam os relatores especiais, designados pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU mas que não se pronunciam em nome da organização internacional.
Os peritos acrescentaram ainda que, segundo os números oficiais, 8.000 prisioneiros encontram-se nos corredores da morte no Iraque. (RM-NM)
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