A vice-secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para África, Cristina Duarte, lamentou esta terça-feira, durante uma conferência sobre a recuperação económica, que enquanto "uns vão a Marte por divertimento", haja 600 milhões de pessoas sem acesso a eletricidade.
Intervindo a seguir à directora executiva do Fundo Monetário Internacional, a antiga ministra das Finanças de Cabo Verde elencou a energia, o livre comércio e a industrialização, como os três principais factores que podem mudar o continente africano e depois lamentou que "enquanto uns vão a Marte por divertimento, a África subsaariana tem 600 milhões de pessoas sem acesso a electricidade".
A antiga governante africana disse que para transformar as perturbações trazidas pela pandemia de covid-19 em oportunidades, é preciso apostar no capital humano africano, no financiamento para o desenvolvimento e na implementação do tratado de livre comércio, que promete desenvolver de forma muito significativa as relações comerciais entre os países do continente.
Além disso, continuou, é preciso reduzir a lista de prioridades, metas e objectivos, definindo as que têm um efeito mais multiplicador no desenvolvimento económico: "Temos de identificar claramente os activos estratégicos, a Agenda 2063 tem dezenas de metas e objectivos, mas a energia, o livre comércio e a industrialização são os que têm um efeito mais multiplicador", defendeu.
Antes, já Kristalina Georgieva tinha defendido a inclusão como uma ferramenta para o sucesso económico, admitindo que já antes da pandemia de covid-19 as desigualdades estavam a aumentar.
"A inclusão é um imperativo moral, as sociedades são mais fortes e o tecido produtivo é mais robusto quando as sociedades são mais inclusivas", afirmou Georgieva, acrescentando que "agora é o momento para implementar as políticas que construam melhor um mundo mais justo e inclusivo, para benefício de todos".(RM-NM)
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