Os Estados Unidos começaram a retirar as tropas do Níger, após um acordo com as autoridades do país africano que prevê a saída total de soldados norte-americanos até 15 de Setembro, informaram hoje num comunicado conjunto.
"OMinistério da Defesa Nacional do Níger e o Departamento da Defesa dos Estados Unidos alcançaram um acordo de desmobilização para delinear a retirada das forças norte-americanas, que já começou", refere-se no comunicado.
No documento, assinado pelo ministro de Estado e da Defesa Nacional do Níger, Salifou Mody, e pelo subsecretário da Defesa dos EUA, Christopher Maier, é apontado que a retirada das tropas "terminará não mais tarde que 15 de Setembro de 2024".
O Governo do Níger, que emergiu de um golpe de Estado em Julho, denunciou em Março o actual acordo de cooperação militar com os Estados Unidos, afirmando que a presença norte-americana era agora "ilegal".
No documento, as duas delegações sublinham que a retirada das tropas "não afecta, de forma alguma, a procura de relações entre os Estados Unidos e o Níger" e que os dois Estados estão "comprometidos com um diálogo diplomático contínuo para definir o futuro das suas relações bilaterais".
Em Abril, Washington concordou finalmente em retirar os seus mais de mil militares do país e anunciou o envio de uma delegação a Niamey para acordar os pormenores da retirada.
Os Estados Unidos têm no Níger uma importante base de 'drones' [aparelhos aéreos não tripulados] perto de Agadez, construída com um custo de cerca de 100 milhões de dólares (93 milhões de euros).
Após o golpe de Estado que derrubou o Presidente eleito, Mohamed Bazoum, no final de Julho, o novo regime militar exigiu rapidamente a saída dos militares da antiga potência colonial, França, e aproximou-se da Rússia, tal como aconteceu com os vizinhos Mali e Burkina Faso, também governados por regimes militares e que enfrentam as actividades de organizações fundamentalistas islâmicas. (RM-NM)
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