A Bloomberg avança que autoridades militares de ambos os países estão já a pensar no futuro da região considerando uma vitória israelita no enclave palestiniano.
As autoridades militares dos Estados Unidos e de Israel estarão a considerar a possibilidade de criar uma missão de segurança, através de uma coligação militar que incluiria forças norte-americanas, britânicas e francesas na Faixa de Gaza - isto na eventualidade de Israel derrotar completamente o Hamas na região.
Oficiais de ambos os países estarão já a olhar para o futuro do enclave palestiniano, enquanto milhões de pessoas continuam a tentar sobreviver aos bombardeamentos e à falta de bens essenciais. E, segundo avançou a Bloomberg, uma segunda opção passaria por estabelecer uma força de manutenção da paz, como a que existiu após o acordo de paz entre Israel e o Egipto em 1979.
Fontes próximas de ambas as lideranças militares revelaram ainda que há uma terceira via em cima da mesa, que passaria por colocar Gaza sob supervisão temporária da ONU.
No entanto, as autoridades alertaram que ainda é muito cedo para definir em concreto os planos de Israel para a Faixa de Gaza, com o apoio incondicional dos Estados Unidos.
Antony Blinken, o secretário de estado norte-americano, comentou o futuro de Gaza numa sessão no Senado na terça-feira, reiterando o apoio dos Estados Unidos às operações militares Israelitas mas alertando que o futuro ainda é muito incerto.
É já o 25.º dia de ataques israelitas sobre a Faixa de Gaza. Nesta altura, o exército israelita continua a fazer incursões terrestres em várias frentes, com relatos de tanques israelitas e combates dentro do pequeno enclave palestiniano.
O bombardeamento contínuo de Israel surgiu depois de um ataque do Hamas, no dia 7 de Outubro, que fez mais de 1.400 mortos e mais de 200 reféns, que ainda se encontram em Gaza. O ataque, disse António Guterres, "não ocorreu do nada", dada a ocupação israelita de praticamente duas décadas sobre a Faixa de Gaza e de 75 anos dos territórios palestinianos, como a Cisjordânia, onde a política de colonatos ilegais se intensificou durante o actual governo ultranacionalista de Benjamin Netanyahu.
A resposta israelita tem sido muito contestada pela ONU e pelas maiores organizações não-governamentais do mundo, como a Amnistia Internacional, a Human Rights Watch, a Jewish Voice for Peace, entre muitas outras, que pedem um cessar-fogo imediato e o aumento da ajuda humanitária que pode entrar em Gaza.
No total, já morreram mais de 8 mil palestinianos, 70% deles crianças e mulheres. Israel, apoiada pelos Estados Unidos e pela União Europeia, continua a argumentar que a ofensiva é necessária para "eliminar o Hamas" e proteger o seu direito de autodefesa.
A Faixa de Gaza está ainda sem o seu habitual fornecimento de água, comida, combustível e bens essenciais, desde o dia 8, quando o governo israelita anunciou um "cerco total". A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem também alertado para a catástrofe humanitária em Gaza, já que a falta de água e de serviços essenciais está a gerir um aumento de doenças epidemiológicas, além das dificuldades que têm sufocado os hospitais que ainda funcionam. (RM-NM)
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