Ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger celebra 100 anos

Publicado: 28/05/2023, 8:31
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O ex-secretário de Estado norte-americano e conselheiro presidencial Henry Kissinger celebrou, este sábado, 100 anos, continuando activo após ter enfrentado alguns dos períodos mais conturbados dos Estados Unidos, incluindo a presidência de Richard Nixon e a Guerra do Vietname.
Nascido na Alemanha em 27 de Maio de 1923, Kissinger continua conhecido pelo seu papel fundamental na política externa norte-americana nas décadas de 1960 e 1970, incluindo tentativas de retirar as tropas dos Estados Unidos do Vietname, mas não antes de se tornar intimamente ligado a muitos outros conflitos.
Documentos oficiais compilados por organizações não-governamentais, como o National Security Archive da Universidade de Washington, tornam claro o papel de Kissinger em campanhas secretas de bombardeamento no Camboja, o seu envolvimento na espionagem ilegal do então Presidente Richard Nixon e a sua cumplicidade no derrube do Governo do socialista, Salvador Allende no Chile.
David Kissinger, escrevendo no The Washington Post de quinta-feira, disse que o centenário do seu pai "pode ter um ar de inevitabilidade para qualquer pessoa familiarizada com a sua força de carácter e amor pelo simbolismo histórico. Ele não apenas sobreviveu à maioria dos seus colegas, iminentes detractores e alunos, mas também permaneceu infatigavelmente activo ao longo dos últimos anos"
Henry Kissinger celebrará o seu centenário esta semana com visitas a Nova Iorque, Londres e sua cidade natal, Fürth, na Alemanha, escreveu o filho.
Nos últimos anos, Kissinger continuou a exercer influência sobre os agentes do poder de Washington como um veterano diplomata, prestando assessoria a presidentes republicanos e democratas, incluindo durante o governo de Donald Trump.
O antigo político mantém uma empresa de consultoria internacional através da qual faz discursos com o sotaque alemão que não perdeu desde que fugiu do regime nazi com a sua família quando era adolescente.
Ainda este mês, Kissinger opinou que a guerra na Ucrânia está a chegar a um ponto de viragem com a China a entrar em negociações, esperando, em declarações à CBS News, que cheguem ao auge "até ao final do ano".
Autor do livro "Diplomacia", uma obra essencial do século XX, Kissinger também foi co-autor de um livro sobre inteligência artificial em 2021 com o título "A Idade da AI: e o Nosso Futuro Humano", alertando que os governos devem preparar-se para os riscos potenciais associados às novas tecnologias.
Durante oito anos como conselheiro de segurança nacional e secretário de Estado, Kissinger esteve envolvido em grandes eventos de política externa, incluindo o primeiro exemplo de busca de paz no Médio Oriente, negociações secretas com a China para descongelar as relações entre as superpotências emergentes e a instigação de negociações de paz cm vista ao fim do conflito no Vietname.
Kissinger, juntamente com o ex-Presidente Nixon, também foram alvo de críticas de aliados dos Estados Unidos quando as forças comunistas do Vietname do Norte tomaram Saigão em 1975, enquanto os funcionários norte-americanos fugiam do que hoje é Ho Chi Minh City.
Kissinger também foi acusado de orquestrar a expansão do conflito no Laos e no Camboja, permitindo a ascensão do regime genocida dos Khmer Vermelhos, que matou cerca de dois milhões de pessoas.
O ex-secretário de Estado foi reconhecido como um impulsionador central no esforço diplomático entre os Estados Unidos e a União Soviética, começando em 1967 até 1979, para reduzir as tensões da Guerra Fria com negociações comerciais e incluir os tratados de limitação de armas estratégicas.
Kissinger permaneceu um dos conselheiros de maior confiança de Nixon durante sua administração de 1969 a 1974, com poder crescente até o caso Watergate derrubar o 37.º Presidente dos Estados Unidos.
Gerald Ford, que como vice-Presidente ascendeu à Sala Oval após a renúncia do seu antecessor, concedeu a Kissinger a Medalha Presidencial da Liberdade em 1977, dizendo que "empunhou o grande poder da América com sabedoria e compaixão ao serviço da paz".
Outros acusaram Kissinger de se preocupar mais com o poder do que com a harmonia durante o seu mandato em Washington, adoptando políticas de 'realpolitik' favorecendo os interesses norte-americanos enquanto ajudava ou encorajava regimes repressivos no Paquistão, Chile e Indonésia e sua invasão de Timor-Leste em 1975. (RM /NMInuto)

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