O presidente da comissão da União Africana (AU), o chadiano Moussa Faki Mahamat, defende que o encerramento da última base da Renamo, em Moçambique, dará um enorme contributo para o silenciamento das armas no continente africano.
Num comunicado, divulgado nas redes sociais da organização pan-africana, Moussa Faki Mahamat saudou o encerramento, em 15 de Junho, na Gorongosa, província de Sofala, Moçambique, da última base militar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), sublinhando "o tremendo contributo no caminho para o silenciamento das armas em África".
"A desmobilização dos últimos ex-combatentes da Renamo é uma verdadeira demonstração da determinação do governo de Moçambique e da Renamo para uma paz, reconciliação, reintegração e desenvolvimento sustentáveis", escreveu.
O presidente da comissão da UA elogiou o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, "pela sua liderança, devoção e empenho na construção da confiança e promoção da reconciliação e tolerância entre os moçambicanos", bem como o "compromisso do líder da Renamo, Ossufo Momade, em ter honrado todas as obrigações acordadas durante o processo" de desmilitarização.
Moussa Faki Mahamat renovou ainda o compromisso da União Africana de apoiar os "esforços moçambicanos para a promoção da paz, segurança e estabilidade" no país.
A última base da Renamo foi encerrada em Vanduzi, distrito de Gorongosa, na província central de Sofala, na quinta-feira, mais de 30 anos depois do fim da guerra civil moçambicana.
Participaram na cerimónia o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade.
O encerramento da 16.ª base da Renamo integra-se no âmbito do Acordo de Maputo para a Paz e Reconciliação Nacional, assinado em Agosto de 2019.
A cerimónia representou o final do processo de desmobilização de 5.221 guerrilheiros que permaneciam nas bases em zonas remotas e que começaram a entregar as armas há quatro anos.
Segue-se a fase de reintegração, que inclui o início do pagamento de pensões aos desmobilizados.
O partido Frelimo, no poder desde a independência, em 1975, considerou o encerramento da base da Renamo, com a qual lutou na guerra dos 16 anos, como "um marco histórico" (RM /NMInuto)
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