Filipe Nyusi diz ser "fundamental" a retoma dos megaprojectos de gás

Publicado: 02/05/2024, 19:46
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O Presidente de Moçambique disse hoje ser "fundamental" a retoma dos megaprojetos de gás natural face à "promissora estabilidade" em Cabo Delgado, afirmando que as decisões financeiras não podem ser argumento nesta fase.

" É fundamental isso porque não pode ser problema de decisão financeira, agora, associado à situação terrorista. Esse projecto já existia, já é antigo. Isso significa que havia clareza na sua execução. Não pode encalhar por esta razão, que se procurem outras", criticou Filipe Nyusi, na abertura, esta manhã, em Maputo, da 10.ª edição da Conferência e Exposição de Mineração e Energia de Moçambique.

Em concreto, apelou aos concessionários da Área 1, liderada pela TotalEnergies, que perante a "gradual promissora estabilidade" na península de Afungi, distrito de Palma, Cabo Delgado, "acelerem o desenvolvimento da retoma dos projetos em terra", e que na Área 4, em terra, liderado pela ExxonMobil "se acelere o processo conducente à Decisão Final de Investimento, com os devidos ajustamentos ao Plano de Desenvolvimento aprovado em 2018".

Na mesma intervenção na conferência, o chefe de Estado afirmou que a "demora" na concretização deste tipo de projectos "provoca problemas", porque a "expectativa dos países é enorme" e "as pessoas ficam a pensar que uma parte do seu problema pode estar resolvido".

"Grandes esforços foram feitos pelos moçambicanos, pelas Forças de Defesa e Segurança, pelos nossos países amigos e irmãos para a estabilização [em Cabo Delgado], colocando o país numa situação melhor ou idêntica aos países onde os conflitos [terroristas] ocorrem. Então, o argumento da estabilidade muitas vezes não cola. E a demora por si só, provoca essa impaciência", afirmou Nyusi, insistindo na necessidade de "acelerar esses projectos".

A multinacional francesa TotalEnergies tem em curso o desenvolvimento da construção de uma central, nas proximidades de Palma, para produção e exportação de gás natural, avaliada em 20 mil milhões de dólares, projecto suspenso desde 2021 devido aos ataques terroristas.

"Temos feito progressos com os fornecedores, com os diferentes empreiteiros, incluindo na parte dos custos, eles ouviram a nossa mensagem, querem reactivar o projecto, e estamos agora na parte de reactivação do financiamento global, o que deve acontecer nos próximos meses", disse, em 07 de Fevereiro último, o presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné.

Acrescentou na mesma ocasião que a petrolífera espera recomeçar as obras de construção e exploração de gás natural em terra até final do ano, garantindo monitorizar a situação no terreno permanentemente:

"O que não quero que aconteça é decidir fazer voltar as pessoas e depois ter de as forçar a sair outra vez, isso seria muito complexo", disse.

Já a ExxonMobil considerou em Julho passado que o investimento no gás natural de Moçambique está encaminhado para ser tomada uma Decisão Final de Investimento em 2025, começando a produzir no final da década.

"Muito depende ainda da situação de segurança, que tem estado a ser muito bem gerida", ressalvou na altura o vice-presidente da companhia para a exploração de petróleo e gás, Peter Clarke, numa conferência em Vancouver.

O projecto da Exxon em Cabo Delgado previa uma produção de 15,2 milhões de toneladas por ano, mas a companhia antevê uma produção anual de 18 milhões de toneladas actualmente.

Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

Dois desses projectos têm maior dimensão e preveem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido.

Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após um ataque armado a Palma, em março de 2021, na altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura.

O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4, em terra). (RM)

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