A proposta de declaração final da cimeira do G7 em Itália condena a violação dos direitos das mulheres e dos LGBTQIA+, mas a inclusão do direito ao aborto acabou em divergência.
A declaração da reunião do G7, que hoje terminou em Bari, na Itália, expressa "forte preocupação com a redução dos direitos das mulheres, meninas e pessoas LGBTQIA+ em todo o mundo, especialmente em tempos de crise".
O documento refere que o grupo de sete das maiores economias mundiais "condenam todas as violações e abusos dos seus direitos humanos e liberdades fundamentais".
Contudo, a inclusão do direito ao aborto no texto final das conclusões da cimeira dos líderes do G7 acabou por ser o maior ponto de desacordo.
Os primeiros rascunhos incluíam uma alusão explícita, que acabou deixada de lado, aparentemente devido às dúvidas do Governo italiano de Giorgia Meloni, anfitriã do evento.
O Governo italiano tem tentado minimizar o alegado desacordo no G7, remontando à declaração assinada no ano passado em Hiroshima (Japão) e que menciona que as mulheres devem ter "acesso ao aborto" e aos cuidados subsequentes de uma forma "segura e legal".
Meloni foi mais longe ao pedir que não fosse feita uma campanha a favor do aborto neste tipo de fórum, numa alusão velada ao presidente de França, Emmanuel Macron, que lamentou publicamente que o texto não inclua o termo "aborto".
"França integrou o direito das mulheres ao aborto, a liberdade de dispor do seu próprio corpo, na Constituição", lembrou o presidente francês, que espera que este direito seja também consagrado a nível da União Europeia. (RM-NM)
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