23 de Novembro de 2024
Filipe Nyusi: Governo pretende internacionalizar política do ensino técnico na região
O Presidente da República, garante que o governo está a estudar mecanismos para evitar que mais acidentes marítimos ocorram nos próximos tempos.
Filipe Nyusi visitou, esta quarta-feira, o posto administrativo de Lunga, província de Nampula, para se inteirar dos trabalhos em curso, face ao naufrágio de um barco de pesca, no último domingo, que vitimou 98 pessoas.
“O problema aqui, daquilo que percebemos, é que viajaram num barco de pescar", começou por dizer, ao dirigir-se à população do posto administrativo de Lunga.
Na ocasião, apelou para que os mal-intencionados parem de propalar falsas informações, facto que cria pânico e desordem no seio das comunidades.
Filipe Nyusi acrescentou que "viajaram muitas pessoas" naquele barco, com capacidade para apenas "15 ou 20", mas prometeu medidas no futuro.
No acidente morreram 98 pessoas: 55 crianças, 34 mulheres e 9 homens, havendo registo de 16 sobreviventes entre os cerca de 130 que seguiam a bordo.
De acordo com as autoridades marítimas moçambicanas, a embarcação de pesca não estava autorizada a transportar passageiros nem tinha condições para o efeito e as pessoas que transportava fugiam, alegadamente, a um surto de cólera no continente, com destino à Ilha de Moçambique, tendo o naufrágio acontecido a cerca de 100 metros da costa.
O dono e um responsável pela embarcação, que partiu no domingo de Lunga, distrito de Mossuril, com destino à Ilha de Moçambique, estão detidos, segundo a porta-voz da polícia na província de Nampula, Rosa Chaúque.
Entretanto, o Provedor de Justiça de Moçambique, Isaque Chande, também apelou, esta quarta-feira ao Governo para melhorar as condições de transporte no país, por via marítima, face ao naufrágio em Nampula.
"Encorajamos, deste modo, o Ministério dos Transportes e Comunicações para, através dos seus canais de comunicação, reforçar a fiscalização e adoptar medidas para o melhoramento das condições nas quais os nossos compatriotas são transportados por via marítima, em particular, para que se evitem tragédias similares no futuro", lê-se numa mensagem de condolências do Provedor de Justiça, assumindo-se "consternado" com o naufrágio ocorrido na Ilha de Moçambique.
Na sequência do naufrágio, o Conselho de Ministros de Moçambique decidiu decretar luto nacional de três dias, a partir das 00:00 do dia 10 de Abril até às 24 horas do dia 12 de Abril.
O Conselho de Ministros reunido, decidiu ainda criar uma comissão de inquérito para aprofundar as circunstâncias, causas e responsabilidades em relação ao acidente e submeter recomendações ao Governo. (RM)
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