O secretário-geral da ONU reiterou que o fim da guerra deve ser feito através do diálogo.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, voltou a pedir o fim da guerra na Ucrânia, destacando o desenvolvimento "arrepiante" em torno do uso de armas nucleares pela Rússia.
Dirigindo-se à assembleia geral da ONU, que reuniu de emergência - algo que acontece muito raramente, tendo reunido apenas dez vezes desde 1950 - o português pediu um caminho diplomático para o fim da invasão russa, reiterando o poder do diálogo.
"A ajuda humanitária é vital, mas não é uma solução. A única verdadeira solução é a paz. O ataque à Ucrânia desafia a lei internacional e o sistema multilateral enraizado na Carta dos Direitos Humanos", afirmou António Guterres.
O líder da ONU mostrou-se preocupado com a questão nuclear, depois do presidente russo Vladimir Putin ter colocado em alerta máximo as forças de dissuasão nuclear russas.
"Isto é um desenvolvimento arrepiante. A mera ideia de um conflito nuclear é inconcebível. Nada justifica o uso de armas nucleares", reiterou.
Guterres também mostrou dúvidas sobre as garantias dadas pela Rússia de que apenas tinha atacado alvos militares, dizendo que há "relatos credíveis de edifícios residenciais e alvos civis que sofrerem danos".
"Esta violência que resulta em mortes de civis, incluído crianças, é inaceitável. Já chega", pediu o antigo primeiro-ministro português.
Segundo o secretário-geral, "a soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia, dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas, têm de ser respeitadas", e alerta que um conflito prolongado no país afecta todo o mundo.
Enquanto Guterres falou na ONU, russos e ucranianos continuaram com as negociações de paz na fronteira da Bielorrússia, e o líder da ONU demonstrou esperança numa solução diplomática.
"As armas estão a falar, mas o diálogo passivo deve manter-se aberto. Espero que as conversas em curso entre as delegações ucraniana e russa produza, não só um cessar imediato à luta, mas também um caminho para uma solução diplomática", rematou. (RM-NM)
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