O Presidente israelita, Isaac Herzog, apelou hoje para uma acção rápida para "trazer de volta" os reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza, após a notícia da morte do líder do movimento islamita palestiniano Hamas Yahya Sinwar.
"Agora, mais que nunca, devemos agir por todos os meios possíveis para trazer de volta os 101 reféns que ainda estão mantidos em cativeiro em condições horríveis pelos terroristas do Hamas em Gaza", afirmou Herzog, numa declaração publicada na rede social X (antigo Twitter), na qual apontou Yahya Sinwar como "responsável por actos de terrorismo hediondos".
Nascido há 62 anos num campo de refugiados em Khan Yunis, uma cidade no sul da Faixa de Gaza, Yahya Sinwar passou 23 anos nas prisões israelitas antes de ser libertado em 2011, numa troca de prisioneiros.
Em 1987, quando eclodiu a Primeira Intifada, juntou-se ao Hamas, que acabava de ser fundado.
Foi eleito líder do grupo islamita no enclave em 2017, depois de ter criado a reputação de inimigo acérrimo de Israel, tendo estado ainda envolvido na criação do Majd, o serviço de segurança interna do Hamas.
A 06 de agosto passado, após o assassínio em Teerão do chefe do gabinete político do movimento, Ismail Haniyeh, Sinwar foi escolhido para ocupar a posição mais elevada na hierarquia do grupo palestiniano.
Yahya Sinwar representava a linha mais dura e beligerante do Hamas e era considerado por Israel o cérebro dos ataques de 07 de Outubro de 2023 em território israelita, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram sequestradas.
Esse ataque, que desencadeou, no mesmo dia, a actual guerra israelita na Faixa de Gaza, tornou-o o homem mais procurado por Israel desde então e ao longo da sua ofensiva em grande escala no enclave palestiniano, que já matou mais de 42 mil pessoas, na maioria civis, segundo o Governo local controlado pelo Hamas, cujos números são considerados fidedignos pela ONU.
Sinwar terá planeado cuidadosamente os ataques de 07 de Outubro juntamente com o chefe das Brigadas Al-Qassam, o braço armado do Hamas, Mohamed Deif, assassinado num ataque israelita em Junho passado em Mawasi, no sul da Faixa de Gaza.
Antigo comandante de elite nas Brigadas Al-Qassam, procurado por Israel e também incluído pelos norte-americanos na sua lista de terroristas internacionais, YahyaSinwar movia-se no maior segredo e não surgia em público desde 07 de Outubro.
Israel já antes havia assassinado vários líderes do Hamas: o fundador do grupo, o xeque Ahmed Yasin, em cadeira de rodas, em Março de 2004, e o seu sucessor, Abdelaziz Rantisi, menos de um mês depois, bem como dois outros líderes do braço armado do grupo islamita, Salah Shehade (2002) e Ahmed Yabari (2012). (RM-NM)
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