Cerca de mil suspeitos foram questionados e 27 milhões de dólares apreendidos no quadro de uma vasta operação de luta contra a pirataria informática conduzida pela Interpol em todos os continentes, anunciou a organização internacional de cooperação policial
A operação, baptizada 'HAECHI-II', desenrolou-se entre Junho e Setembro e apurou que grupos criminosos organizados transnacionais usavam a internet para retirar milhões de dólares às suas vítimas, antes de os depositar em contas bancárias em todo o mundo".
No total, foram questionadas 1.003 pessoas, 2.350 contas bancárias apreendidas e mais de 50 alertas emitidos, incidentes sobre usurpação de identidade, investimentos fraudulentos e lavagem de dinheiro em ligação com actividades ilegais, especificou a Interpol, em comunicado.
"Estamos longe das ideias feitas sobre a fraude em linha, que respeitaria a uma criminalidade de fraca envergadura", sublinhou a organização, que adiantou ter testado "com sucesso" nesta ocasião um protocolo que lhe permite interromper pagamentos.
Como exemplo, foi dado o caso de uma importante empresa colombiana, cujo dirigente tinha perdido o controlo do correio electrónico, em que se estava prestes a transferir 16 milhões de dólares para duas contas bancárias chinesas.
Metade desta soma já tinha sido transferida quando a fraude foi descoberta.
Quando foram avisadas, as autoridades colombianas contactaram a antena da Interpol no país e, graças a uma cooperação entre os escritórios de Pequim, Bogotá e Hong Kong, os fundos transferidos foram congelados.
No total, 94% do montante foram interceptados "em tempo recorde, salvando a empresa da falência", segundo a Interpol.
"Parar os crimes financeiros em linha, enquanto estes estão a ser praticados, antes que o dinheiro não desapareça nos bolsos dos que o querem é uma corrida contra o tempo", disse o director-geral da polícia colombiana, Jorge Luis Vargas Valência, citado no comunicado.
O dossier colombiano permitiu também a identificação de um programa informático malfazejo, baptizada 'Squid Game', do nome da série sul-coreana difundida na Netflix, que se confirmou tratar-se de um vírus que permite, quando descarregado, piratear as informações bancárias do utilizador e pagar serviços 'premium' sem o seu acordo.
A operação 'HAECHI-II' mostrou que "o aumento da criminalidade financeira em linha nascida da pandemia do novo coronavírus não dá sinais de abrandamento", observou Jurgen Stock, o secretário-geral da organização.
O orçamento da Interpol, que junta 195 Estados, é de 145 milhões de euros em 2021. (RM /NMinuto)
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