O Presidente da República, Filipe Nyusi, defendeu esta terça-feira que a intervenção militar contra os grupos armados em Cabo Delgado deve ser complementada com projectos de desenvolvimento social e económico, visando a eliminação das causas que favorecem o "extremismo violento".
"Estamos cientes da necessidade de complementar essas intervenções militares com o apoio humanitário imediato e investimento no desenvolvimento a médio e longo prazos", afirmou Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano falava durante a 41.ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que se realiza esta terça-feira na cidade de Lilongwe, capital do Maláui.
O Presidente moçambicano apontou igualmente a prevenção e sensibilização dos cidadãos da SADC contra o extremismo violento, observando que este fenómeno é uma ameaça à paz e segurança regional.
"A paz e segurança constituem um dos alicerces do processo de integração regional" visando "propiciar a promoção da cooperação e desenvolvimento social para o progresso e bem-estar dos povos", destacou Filipe Nyusi.
Nyusi apontou a importância da cooperação entre os Estados-membros da SADC na luta contra os grupos armados na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, congratulando o envio da Força em Estado de Alerta, no dia 09, como sinal da solidariedade regional, no âmbito da defesa e segurança.
"Iremos manter vossas excelências a par dos progressos desta missão e asseguramos que o entrosamento [entre a missão militar da SADC], as nossas Forças de Defesa e Segurança e a população é enorme", frisou Filipe Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano assinalou que o tema da paz, segurança e combate ao terrorismo foi uma das prioridades da presidência moçambicana rotativa da SADC, que passou hoje ao Maláui.
A SADC destacou para Moçambique a Força em Estado de Alerta para o combate aos insurgentes em Cabo Delgado, descritos por vários governos e entidades internacionais como terroristas.
O número do efectivo militar da organização regional não é conhecido.
As tropas dos Estados da África Austral juntam-se a um contingente de mil militares e polícias do Ruanda na luta contra os rebeldes em Cabo Delgado.
O combate aos insurgentes ganhou um novo impulso, quando no dia 08 deste mês forças conjuntas de Moçambique e do Ruanda reconquistaram a estratégica vila portuária de Mocímboa da Praia, que estava nas mãos dos rebeldes desde 23 de Março.
Na sequência dos ataques em Cabo Delgado, há mais de 3.100 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas. (RM)
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