Os 130 deputados do parlamento da Jordânia assinaram esta segunda-feira um memorando que exorta o Governo a romper relações diplomáticas com Israel, com quem firmou um acordo de paz em 1994, na sequência da ofensiva contra a Faixa de Gaza.
"O memorando foi assinado por todos os membros da Câmara de Representantes e está agora na mesa do Governo", anunciou o presidente do parlamento, Abdelmonem al Oudat, no final de um debate de seis horas sobre a escalada bélica entre Israel e os palestinianos.
No decurso da sessão, 103 deputados pediram ainda ao Governo que expulse o embaixador israelita de Amã e retire o embaixador jordano em Telavive.
Em simultâneo, outros deputados qualificaram de "heroicos" os ataques da organização islamita Hamas, que governa na Faixa de Gaza, e apelaram que lhes seja fornecido armamento para enfrentar a "ameaça" de Israel.
Por sua vez, o primeiro-ministro jordano, Bisher al Jasauneh, assegurou que o seu Governo recebeu a petição para romper os laços com Israel e assinalou que de momento "estão a ser equacionadas uma série de opções".
As forças políticas jordanas, representadas no parlamento, em particular a Irmandade Muçulmana (movimento com afinidades ao Hamas), têm pedido por diversas vezes a suspensão ou o fim do acordo com Israel, uma posição apoiada por parte considerável da população jordana.
O memorando desta segunda-feira foi aprovado enquanto se registam novos protestos no centro de Amã e frente à embaixada israelita contra a ofensiva sobre a Faixa de Gaza, com os manifestantes a exigirem a expulsão dos diplomatas e o fim do tratado.
A Jordânia defende oficialmente a solução de dois Estados, apoiada por grande parte dos países e instituições internacionais, incluindo a ONU, e que prevê a formação de um Estado palestiniano independente junto a Israel, nas fronteiras de 1967 e Jerusalém Oriental como sua capital.
O centro dos confrontos foi a mesquita de Al-Aqsa, um ponto sensível localizado num local de Jerusalém que é sagrado para muçulmanos e judeus.
Na segunda-feira, o Hamas disparou foguetes sobre Israel, desencadeando uma resposta militar sobre o território onde vivem mais de dois milhões de palestinianos, alvo de um bloqueio desde que o movimento islamita conquistou o poder.
Pelo menos 200 palestinianos foram mortos nas centenas de ataques aéreos em Gaza, incluindo 59 crianças, e 1.305 pessoas ficaram feridas.
Em Israel contabilizam-se dez vítimas mortais dos ataques provenientes do enclave palestiniano. (RM-NM)
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