A justiça zimbabueana autorizou esta sexta-feira a exumação do corpo do ex-Presidente Robert Mugabe para ser sepultado num panteão na capital, dois anos depois da sua morte, na mais recente reviravolta na batalha entre as autoridades e a sua família.
Um tribunal deu "poder aos que têm autoridade para exumar de Kutama os restos mortais do falecido Robert Mugabe e enterrá-lo no panteão nacional dos heróis, em Harare", noticia a agência France-Presse (AFP).
A decisão está ainda sujeita a recurso.
Contactada pela agência noticiosa francesa, a família de Mugabe não esta disponível para, no imediato, comentar a decisão.
Robert Mugabe, que morreu em 06 de setembro de 2020, aos 95 anos, foi sepultado em Zvimba, local de onde era natural, e não no monumento nacional como havia sido anunciado.
O atual Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, gostaria que fosse sepultado no panteão nacional dos heróis da luta de libertação em Harare, mas um sobrinho de Mugabe disse, à comunicação social, aquando do enterro, que não havia conflito no seio da família sobre o assunto porque Mugabe, durante a sua vida, tinha deixado claro que não queria ser enterrado ali.
De acordo com os familiares, Mugabe rejeitou ser sepultado no panteão porque tinha sido "humilhado" por aqueles que o tinham pressionado a demitir-se.
Robert Mugabe, que governou o Zimbabué de forma autoritária durante 37 anos, foi forçado a demitir-se pelos militares e substituído no cargo pelo então vice-presidente Mnangagwa.
Mugabe foi deposto em novembro de 2017 num golpe das Forças Armadas e do seu partido, que deu posse ao atual chefe de Estado.
Em maio, a viúva do ex-Presidente, Grace Mugabe, foi ordenada por um tribunal tradicional a entregar cinco vacas e duas cabras pelo enterro impróprio do seu marido. (RM-NM)
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