Os líderes da China, Rússia, Índia e países da Ásia Central chegaram hoje ao Uzbequistão, para uma cimeira dedicada à segurança, que Pequim e Moscovo esperam servir de contrapeso às alianças militares dos Estados Unidos.
A cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês) é composta por oito membros, incluindo (a par de China, Rússia e Uzbequistão), Índia, Paquistão, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão, e ocorre num período em que o líder russo, Vladimir Putin, está diplomaticamente isolado, após ter invadido a Ucrânia.
As relações da China com os Estados Unidos, Europa, Japão e Índia estão também cada vez mais tensas, face a questões que abrangem o comércio, tecnologia, segurança, Taiwan, Hong Kong, Direitos Humanos e conflitos territoriais no Mar do Sul da China e nos Himalaias.
Em comunicado, o Kremlin disse que o líder russo vai reunir com o homólogo chinês, Xi Jinping, para abordar a guerra na Ucrânia e outros "tópicos internacionais e regionais".
A cimeira vai mostrar uma "alternativa" ao mundo ocidental, descreveu um porta-voz do governo russo.
Trata-se também da primeira deslocação de Xi Jinping ao estrangeiro desde o início da pandemia da covid-19, e ocorre a poucas semanas do 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, o mais importante evento da agenda política chinesa, ressaltando o desejo de Pequim de se afirmar como uma potência regional.
Xi foi recebido no aeroporto de Samarcanda pelo homólogo uzbeque, Shavkat Mirziyoyev.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, deve também chegar hoje, de acordo com o seu Governo, embora não haja indicação de que ele se vá reunir separadamente com Xi ou Putin.
As relações entre China e Índia atravessam um período de renovada tensão, devido a confrontos entre soldados dos dois lados, numa área fronteiriça disputada nos Himalaias.
O líder chinês vai promover a "Iniciativa de Segurança Global", anunciada em abril passado após a formação do grupo Quad pelos Estados Unidos, Japão, Austrália e Índia, numa resposta à política externa mais assertiva de Pequim.
Xi disse que a iniciativa pretende "defender o princípio da indivisibilidade da segurança" e "opor-se à construção da segurança nacional em detrimento da segurança de outros países".
As autoridades dos EUA apontaram que os objectivos chineses ecoam os argumentos utilizados pela Rússia para justificar a guerra na Ucrânia.
A região da Ásia Central ocupa uma posição importante na iniciativa chinesa "Uma Faixa, Uma Rota", que visa abrir novas vias comerciais através da construção de porto, linhas ferroviárias e outras infra-estruturas, ligando o leste da Ásia à Europa, Médio Oriente e África.
Os planos chineses na Ásia Central alimentaram o mal-estar na Rússia, que vê a região como parte da sua esfera de influência. O Cazaquistão e países vizinhos estão a tentar atrair investimento chinês sem perturbar Moscovo.
Xi fez uma visita de um dia na quarta-feira ao Cazaquistão, a caminho do Uzbequistão. (RM /NMinuto)
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