Líderes europeus e italianos estiveram hoje em Roma no funeral de Estado do presidente do Parlamento Europeu (PE), David Sassoli, numa cerimónia em que foi recordado o seu compromisso na defesa dos valores da Europa e dos mais desfavorecidos.
O Presidente italiano, Sergio Mattarella, e o primeiro-ministro de Itália, Mario Draghi, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, estiveram entre os que prestaram homenagem ao antigo eurodeputado e também antigo jornalista, tendo Portugal estado representando pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Uma guarda de honra acompanhou a chegada do caixão, coberto com uma bandeira da União Europeia (UE), à Basílica de Santa Maria dos Anjos e Mártires e a cerimónia foi transmitida em directo pela televisão pública RAI, onde Sassoli foi jornalista, sob o título "Ciao David".
Na primeira fila estava a mulher de Sassoli, Alessandra Vittorini, e os seus dois filhos, Livia e Giulio, que receberam as condolências de Mattarella, enquanto cerca de uma centena de pessoas puderam acompanhar o funeral fora da basílica graças a um ecrã gigante colocado no exterior do edifício.
Milhares de pessoas tinham já na quinta-feira acorrido ao Capitólio, em Roma, para prestarem homenagem e se despedirem de David Sassoli, que morreu terça-feira num hospital onde tinha sido internado em 26 de Dezembro, devido a uma "complicação grave no sistema imunitário".
O funeral foi celebrado pelo arcebispo de Bolonha, o cardeal Matteo Zuppi, colega de escola e amigo de Sassoli, que na homília destacou a sua faceta como cristão e o descreveu como "um ser privado de arrogância, cheio de empatia" e para quem "a política era um bem comum e a democracia era humanitária, inclusiva e humanista".
Zuppi recordou a sua última mensagem por ocasião do Natal, já estava muito doente, quando disse: "Vemos novos muros e as nossas fronteiras, em alguns casos, tornaram-se as fronteiras entre a moral e a imoralidade, entre a humanidade e a desumanidade. Muros erguidos contra pessoas que pedem abrigo do frio, da fome, da guerra, da pobreza".
Von der Leyen descreveu a morte de David Sassoli, aos 65 anos, como "um dia triste para a Europa" e Draghi saudou-o como "um profundo pró-europeu (...), um símbolo de equilíbrio, humanidade e generosidade".
Outras personalidades presentes no funeral incluíram o primeiro-ministro francês, Jean Castex, com a França a ocupar actualmente a presidência semestral rotativa do Conselho da UE, o seu homólogo espanhol, Pedro Sánchez, os presidentes do Senado italiano e da Câmara dos Deputados, bem como um grande número de ministros.
O mandato de dois anos e meio de Sassoli como chefe do órgão legislativo da UE deveria terminar este mês.
A presidente interina do Parlamento Europeu é agora a sua vice-presidente mais sénior, Roberta Metsola, uma política maltesa que já tinha sido apontada para suceder a Sassoli.
Na próxima segunda-feira, na abertura da primeira sessão plenária do ano do Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França), está prevista uma cerimónia de homenagem a Sassoli. (RM-NM)
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