Três mil mulheres morrem por ano, no Malawi vítimas do cancro de colo do útero, uma das taxas mais alta de mortalidade no mundo.
Esta cifra, revela que o país regista em média diária, oito mortes de mulheres e raparigas, vítimas do cancro do colo de útero.
O ranking, coloca Malawi em segundo lugar depois do Lesoto, país que regista cerca de 4.000 casos por ano, o que corresponde cerca de 11 novos casos por dia.
A chefe da missão de Médicos Sem Fronteira para França-Malawi, Marion Pechayre, observou que a maioria das mortes ocorrem devido à detenção tardia do vírus do papiloma humano, que causa a doença.
Segundo ela, o cancro do colo do útero é evitável e curável se detectado precocemente, mas observou que a maioria das mulheres e raparigas no país, não têm cultura de fazer voluntariamente o rastreio.
Outro factor que concorre para a elevada taxa de mortalidade por cancro do colo de útero no Malawi é a fraca cobertura de vacinação.
A chefe da missão de Médicos Sem Fronteira para França-Malawi destacou que a luta contra o cancro de colo do útero só será vencido no Malawi se a sociedade entender a importância de vacinar as filhas.
Por seu turno, o cirurgião oncologista ginecológico da Médicos Sem Fronteira, George Chilinda, que trabalha na secção de cancro cervical no Hospital Central Queen Elizabeth na cidade de Blantyre, apontou igualmente a escassez de cirurgiões ginecologistas no país, como entrave na luta contra a doença.
Os hospitais públicos do país têm apenas três cirurgiões oncologistas ginecologistas, sendo um no Kamuzu Central Hospital em Lilongwe e dois na cidade de Blantyre.
O consultor técnico do Ministério da Saúde sobre cancro de colo do útero, James Kachingwe, disse que o acesso limitado aos serviços e equívocos são factores que retraem o rastreamento da doença, principalmente para mulheres do meio rural.
No ano passado, o ministério da saúde rastreiou 222.076 de um universo de 617.775 mulheres alistadas, com idades compreendidas entre 25 e 49 anos.
A indisponibilidade de serviços em alguns centros de saúde, não permitiu que todas fossem submetidas ao rastreio. ( RM Blantyre)
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