Congresso sindical dos funcionários públicos do Malawi, rejeita proposta de aumento salarial de 20%, apresentada pelo governo.
Os funcionários exigem um reajuste salarial em cem por cento, face ao aumento do custo de vida.
A posição é tomada uma semana depois de, os funcionários públicos terem dado um ultimato de 14 dias ao governo para reajustar os seus salários.
O salário mínimo na função pública do Malawi, é de 90.000 kwachas, 3,375 meticais, e os sindicatos da função pública exigem que o reajuste salarial seja na ordem de cem por cento.
O presidente do Congresso Sindical dos Funcionários Públicos do Malawi, Charles Kumchenga, observou que o custo de vida no país disparou, reduzindo o poder de compra dos funcionários.
Os dados do Instituto Nacional de Estatística, mostram que o custo de vida médio mensal para uma família com seis membros aumentou 7,1%, saindo de 540.353 kwachas, cerca de 19 mil meticais em Dezembro do ano passado, para 578.843 kwachas, cerca de 21 mil meticais em Janeiro deste ano.
Actualmente, um saco de 50 quilos de milho custa 110.000 kwachas, cerca de 4 mil meticais, ultrapassando em cerca de 22% o salário mínimo nacional.
A gasolina, está a ser vendida a 2530 kwachas, 93,5 meticais ao câmbio oficial e 53 meticais no mercado paralelo enquanto o gasóleo está 2,734 kwachas, 101 meticais ao câmbio oficial e 68,34 meticais no mercado negro.
O governo está a estudar a hipótese de retirar o IVA aos produtos da primeira necessidade, numa altura em que o açúcar escasseia no mercado, o que está a levar a especulação de preços.
Várias manifestações foram protagonizadas por populares nas cidades de Lilongwe e Blantyre, em reivindicação do aumento do custo de vida.
A Inflação no Malawi, chegou a 36%, o que obrigou o governo a introduzir medidas duras para travar a discrepância do kwacha entre o câmbio oficial e o informal.
Uma das medidas, foi o aperto do cerco da saída da moeda estrangeira dos bancos comerciais, além de que, todos os produtos adquiridos no estrangeiro deverão ser feitos por via de moeda estrangeira adquirida no banco e não no mercado paralelo, consoante a apresentação de uma declaração.
O Malawi, está a atravessar uma das piores crises económicas da história, com a dívida pública a disparar para 16,19 triliões de kwachas, mais de nove mil milhões de dólares, correspondendo a 86,4% do PIB do país. (RM Blantyre)
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