Malawi. Governo encerra 3 estações de televisão e 6 de rádio

Governo do Malawi ordena o encerramento de três estações de televisão e seis de rádio, por falta de pagamento da licença de transmissão.

Espera-se que a Autoridade Reguladora de Comunicação do Malawi (MACRA) venha a revogar licenças de cerca de 30 emissoras até o final deste ano pelo mesmo motivo.

A MACRA anunciou que um total de 23 licenças de emissoras de rádio e seis de televisão podem ser revogadas.

As estações de televisão ora encerradas são a Rainbow, Angaliba, Ufulu e as de rádio são a Angaliba FM, Capital Radio, Sapitwa FM, Joy Radio, Ufulu FM e Galaxy FM.

A posição do governo, está a merecer duras críticas do MISA-Malawi que afirma ser uma acção imprudente e injusta.

Mandy Pondani, vice-presidente do Instituto de Mídia para a África Austral no Malawi disse que as paralisações estão diminuindo o espaço dos media e eliminando as liberdades e os ganhos democráticos alcançados nos últimos trinta anos.

Para Mandy Pondani, o não pagmento das licenças de operação, jutifica-se pelo facto de todos sectores incluindo os media, terem sido afectados pela crise económica.

O MISA vai mais longe ao afirmar que o encerramento dos  media tem conotações políticas, facto refutado pelo governo do Malawi.

"Nos mais de 50 anos de independência do Malawi, nunca vimos um regime fechar casas de mídia" pode se ler no comunicado do MISA-Malawi.

O documento refere ainda que as paralisações eliminaram 250 postos de trabalho ocupados por profissionais dos média e pessoal de apoio e outras 500 pessoas poderão perder emprego até o final do ano.

Reagindo a estas afirmações, Zadziko Mankhambo, gerente de comunicação do MACRA, disse que as paralisações não têm nada a ver com um atentado à liberdade de imprensa ou alguma motivação política.

Lembrou que cada órgão de comunicação social tem obrigações que passam do pagamento de licença de transmissão.

Mankhambo disse que o MACRA vai continuar penalizar os violadores da lei vigente no país, enquanto autoridade reguladora das comunicações.

Sublinhou que os órgãos de comunicação cujas licenças foram revogadas, podem solicitar novas licenças, assim que liquidarem os pagamentos pendentes. ( RM Blantyre)