Embaixadores da União Africana, Zâmbia e Mercado Comum da África Oriental e Austral, buscam esclarecimentos junto do governo do Malawi sobre a sua recente decisão de proibir a importação de produtos agrícolas disponíveis no país.
Foi o ministro do comércio do Malawi, Vitumbiko Mumba, que anunciou a suspensão imediata de produtos agrícolas disponíveis no país, como forma de proteger as indústrias nacionais e construir a sua auto-suficiência.
Mas a notícia, não foi bem recebida por alguns fóruns comerciais, sobretudo os países vizinhos da Tanzânia e da Zâmbia.
Depois da Tanzânia ter anunciado medidas retaliatórias ao Malawi, esta segunda-feira, embaixadores, a COMESA e a Zâmbia, solicitaram ao governo de Lilongwe explicação sobre a medida tomada, atendendo que o Malawi é signatário de vários acordos comerciais regionais, incluindo da SADC, da Zona de Comércio Livre Continental Africana, entre outros.
As entidades, afirmam que a decisão tomada pelo Malawi, embora seja soberana, não careceu de uma previsão diplomática, e uma consulta aos parceiros comerciais, o que mina o comércio internacional.
Para uma aproximação e discussão em torno do conflito, o ministro do comércio da Zâmbia é esperado no Malawi a qualquer momento.
Alguns investidores sul-africanos, ameaçam fechar os seus estabelecimentos comerciais se a proibição não for levantada.
A decisão está a ser analisada de diferentes formas por vários intervenientes comerciais do Malawi.
O secretário executivo da Câmara de Pequenas e Médias Empresas, James Chiutsi, afirma que a decisão do executivo malawiano é bem-vinda para a indústria local, contudo os protocolos comerciais devem ser seguidos.
Já o especialista em governança e relações internacionais, Chimwemwe Tsitsi, disse que o Malawi sendo signatário de acordos comerciais a nível da região, precisava seguir primeiro os procedimentos correctos, antes de tomar a sua posição.
O presidente da Associação de Comerciantes Transfronteiriços do Malawi, Steven Yohane, explicou que o governo do Malawi, ao invés de impor proibição de importações dos produtos agrícolas, deveria é incentivar a indústria local a produzir mais e com qualidade.
Vários analistas, aconselham o governo de Lilongwe a escolher o diálogo ao invés do desafio, antes que uma disputa comercial se transforme numa crise económica generalizada. (RM Blantyre)
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