Governo do Malawi suspende com efeitos imediatos a emissão de visto de trabalho doméstico com Omã, face à denúncias de violência e abusos sexuais de que são vítimas jovens malawianos.
Cerca de trezentas e oitenta mulheres jovens do Malawi traficadas para países do Golfo, como Omã, Qatar e Emirados Árabes Unidos, estão a ser vítimas de estupro, violência física e emocional, são dados partilhados pelo governo do Malawi.
As jovens malawianas vítimas de tráfico que trabalham em Omã, descrevem as suas condições de vida como desumanas. Alegam estar a sofrer, a ser submetidas a tortura, sem acesso à justiça e possibilidade de volta para casa.
São jovens que emigraram à busca de melhores condições de vida, atrelados a falsos agentes que lhes aliciaram com promessas de trabalhos domésticos bem remunerados.
Chegados ao destino, as raparigas foram vendidas e abandonadas à sua sorte, e neste momento sujeitas a maus tratos, sem acesso aos serviços de saúde, telefone, assistência jurídica, entre outros direitos.
Algumas vítimas, conseguiram comunicar-se com os pais e com o governo do Malawi, o que despertou a atenção do país.
A ministra do trabalho do Malawi veio a público tranquilizar que as cerca de 380 raparigas traficadas para os países do Golfo concretamente Omã, serão repatriadas em breve, após as negociações iniciadas entre os dois países.
Vera Kamtukule e o porta-voz do malawiano dos Ministério das Relações Exteriores, John Kabaghe disseram que uma delegação interministerial do Malawi deslocou-se à Omã para solicitar uma quitação imediata e posterior repatriamento das referidas raparigas.
Há um envolvimento do Sultanato de Omã, o qual está a identificar um abrigo seguro para acomodar as raparigas malawianas, enquanto aguardam pelo repatriamento.
Kamtukule disse que, um projecto de Acordo Bilateral de Trabalho será apresentado a Omã para garantir a protecção dos actuais e futuros trabalhadores do Malawi.
É um processo que se espera complexo, pois maior parte das meninas em causa deixou o Malawi para Dubai, com vistos de turista e não de trabalho.
A ministra de segurança interna do Malawi, Jean Sendeza, destacou estarem em curso investigações visando identificar os envolvidos no negócio de tráfico de pessoas.
Neste momento, sete casos foram entregues à justiça e 71 ainda em seguimento. ( RM Blantyre)
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